Enfermeira do SAMU desenvolve aplicativo para para aperfeiçoar transferências

Pesquisa foi desenvolvida em programa de mestrado profissional na UFPR, financiado pelo acordo de cooperação Cofen/CAPES

19.08.2024

A precisão na troca de informações entre o Serviço Móvel de Emergência (SAMU 192) e os hospitais é fundamental para a segurança dos pacientes. Aperfeiçoar esse processo era o objetivo da enfermeira emergencista Anna Caroline Francisco, do SAMU de Rondônia, ao ingressar no mestrado profissional fora de sede da Universidade Federal do Paraná (UFPR), financiado pelo Profen, acordo de cooperação técnica entre Conselho de Enfermagem (Cofen) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

“Durante a minha trajetória profissional sempre tive um inquietação em relação a transferência do paciente do SAMU para o hospital, que na minha realidade ocorria de forma verbal. Considero que a transferência apenas verbal é propícia a erros na assistência, uma vez que as informações do atendimento ficam atreladas à memória do profissional que recebeu. O ideal nos momentos de transferência e que a equipe que irá dar continuidade ao atendimento do paciente receba todas as informações necessárias a continuidade da assistência ao paciente de forma verbal e também escrita”, explica a enfermeira, que atua em uma base descentralizada do SAMU em Rondônia.

“Quando fui aprovada para uma bolsa de mestrado profissional vislumbrei a possibilidade de desenvolver uma tecnologia que facilitasse a comunicação entre os serviços de saúde, em especial entre o SAMU 192 e o hospital que recepciona os pacientes, que é a minha realidade”, relata.

Em sua pesquisa de mestrado profissional, orientada pela professora Elaine Cruz, Anna Caroline se debruçou sobre esse desafio. O resultado da pesquisa e prática profissional é o aplicativo COMUNICAPH, para registro e transmissão de informações relativas aos cuidados e condições dos pacientes do serviço pré-hospitalar.

O aplicativo foi testado inicialmente na comunicação entre o SAMU e o hospital de referência de Cujubim, município de 26 mil habitantes a 222 km da capital, Porto Velho. “Os resultados obtidos pela participação dos voluntários demostrou que a tecnologia é aplicável à prática assistencial”, avalia a enfermeira do SAMU.

Aplicativo é fruto de pesquisa desenvolvida por Anna Caroline no mestrado profissional

O conteúdo é adaptável e a tecnologia pode ser adotada por outros serviços de atendimento pré-hospitalar, na avaliação da pesquisadora. “Recebemos verba de custeio do programa Cofen/Capes para o desenvolvimento do aplicativo. Para o uso rotineiro precisamos de incentivo para os custos, em especial referente ao banco de dados. No momento existe uma tratativa para utilizar o banco de dados do município para armazenamento”, afirma Anna Caroline, que vislumbra ampliação do uso do COMUNICAPH.

Novo Profen – Cofen e a Capes/MEC formalizaram, na semana passada, novo Acordo de Cooperação Técnica para lançar o maior programa de financiamento de mestrado e doutorado profissional em Enfermagem do país. Entre as novidades, estão a inclusão de vagas para doutorado profissional em Enfermagem, a destinação de verba de capital para aquisição de softwares de análise de dados, notebooks e outras demandas dos alunos, conforme as normas da Capes/MEC, além da criação de vagas de mestrado para enfermeiros atuantes em regiões de fronteira (Mercosul) e a atualização dos valores das verbas de custeio por aluno.

O Profen prevê a formação, ao longo de cinco anos, de 420 enfermeiros mestres e 80 enfermeiros doutores em Enfermagem. O programa financia a criação de vagas em universidades e está voltado para profissionais com vínculo empregatício na rede de saúde pública municipal, estadual, federal, além de instituições privadas e filantrópicas que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nosso objetivo é mitigar a lacuna entre a mão de obra qualificada e as demandas da Saúde Coletiva, promovendo o fortalecimento do SUS”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri. Uma das preocupações do Cofen é garantir a descentralização territorial na formação, fomentando programas em regiões onde não havia oferta, como a Amazônia Legal, considerada prioritária.  O primeiro acordo entre Cofen e Capes/MEC já formou 486 mestres que atuam direta ou indiretamente no SUS.

 

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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