Fato ou Fake? Estudo analisa desinformação frente à pandemia

98% das denúncias de notícias falsas recebidas em ferramenta de fiscalização se referem à covid-19

02.10.2020

Métodos caseiros para prevenir o contágio da covid-19 (65%) e curar a doença (20%) são as notícias falsas mais disseminadas nas redes sociais brasileiras, seguidas de golpes bancários (5,7%), golpes/arrecadações para instituições de pesquisa (5%) e negacionismo sobre a existência da pandemia, apresentada como “estratégia política” (4,3%).

As notícias sobre a covid-19 mais disseminadas nas redes sociais brasileiras são objeto de levantamento e análise de pesquisadores da Fiocruz e do Conselho Federal de Enfermagem. O estudo inédito, realizado a partir das notificações recebidas pelo aplicativo brasileiro Eu Fiscalizo, foi publicado nesta edição da Revista Ciência e Saúde Coletiva.

Lançada um mês antes de ser registrado o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, a plataforma que recebia diversas denúncias sobre conteúdos impróprios para crianças e adolescentes na televisão aberta, por assinatura e serviço de streaming, cinema, jogos eletrônicos, espetáculos e publicidades, passou a receber 98% de notificações sobre notícias falsas e a Covid-19.

Fake News e Pós-Verdade- O termo fake news se refere à produção e propagação massiva de notícias falsas, com objetivo de atrair audiência, induzir a erros e manipular a opinião pública, para obter vantagens econômicas e políticas. A crescente influência das fake news sobre o universo offline e o embotamento da distinção entre a materialidade factual e o caráter subjetivo das opiniões caracterizam a chamada pós-verdade.

Para os pesquisadores, “em tempos de Covid-19, acontece a combinação mais perigosa dos dois termos, pois as informações e orientações que contrariam o conhecimento científico disseminam o medo e até a prática de charlatanices, aumentando as chances de avanço da infecção e de mortes”.

 

Fonte: Revista Ciência e Saúde Coletiva

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