16 unidades de saúde são analisadas no Mato Grosso

Leia, na íntegra, reportagem do jornal "A Gazeta" sobre operação da Força Nacional de Fiscalização no estado

31.01.2019

Policlínicas, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os prontos-socorros de Cuiabá e Várzea Grande começaram a ser inspecionados por fiscais da Força Nacional de Fiscalização ligados ao Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Ação é fruto de solicitação do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) e tem com o objetivo garantir qualidade nos atendimentos dos profissionais de enfermagem. Os trabalhos seguirão até sexta-feira (01) e passarão ainda por Sinop (a 500 km ao norte de Cuiabá), somando 16 unidades de saúde fiscalizadas.

Conforme o presidente do Coren matogrossense , Antônio César Ribeiro, a fiscalização irá priorizar as unidades públicas de saúde e irá inspecionar as condições de trabalho oferecidas aos enfermeiros e técnicos de enfermagem que atendem os pacientes. Para ele a ação é um mecanismo de alcançar melhorias aos profissionais e consequentemente à população.

“O conselho fiscaliza o exercício da profissão. Para tanto o profissional de enfermagem precisa ter boas condições de trabalho. As condições das unidades públicas são horrorosas e nós primamos pela qualidade do atendimento dos nosso profissionais, que depende sobremaneira das condições oferecidas a ele. Além disso, vamos observar o profissional no exercício legal da profissão. Já detectamos algumas precariedades como falta de alguns insumos, além da parte estrutural. Essa é uma tentativa de pressionar o poder público a melhorar condições de trabalho dos profissionais de enfermagem”, explicou.

Ainda de acordo com o presidente do Coren, papel do Conselho não é punir as instituições, mas sim os profissionais, que eventualmente estiver ferindo a ética da profissão. Porém o relatório dos fiscais deve ser encaminhado aos órgãos competentes para que tomem providências em relação as condições ofertadas aos pacientes das unidades.

“Caso seja necessário, entraremos com processo ético contra o profissional. Como não temos poder de penalizar as instituições de saúde, vamos entregar o relatório ao Ministério Público, por exemplo, propondo uma ação civil pública”, disse Ribeiro.

De acordo com o Coren, atualmente pouco mais de 27,7 mil profissionais de enfermagem atuam em Mato Grosso. São 5,3 mil enfermeiros; 12 mil técnicos e 2,6 mil auxiliares de enfermagem. Eles prestam assistência a aproximadamente 3,5 milhões de pessoas no estado.

Balanço – Dados do Conselho de Enfermagem de Mato Grosso apontam que entre agosto e outubro do ano passado, o Coren fiscalizou 133 unidades de saúde (entre públicas e privadas) e empresas de home care, em 21 municípios. No primeiro semestre de 2018, a fiscalização esteve em 29 cidades, desde a Baixada Cuiabana até o extremo norte do Estado, na divisa com o Tocantins e, em 156 averiguações, foram constatadas 300 irregularidades.

A ausência de enfermeiro nas unidades é uma das irregularidades mais comuns no Estado. Também são encontrados problemas de ordem administrativa, como a inexistência ou inadequação de Manual de Normas e Rotinas, de regimento interno de enfermagem, de quadro de escalas e o preenchimento incorreto de documentos, que leva à falta de informações suficientes sobre a assistência.

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