“70% dos profissionais já sofreram violência”, afirma conselheira em entrevista ao Bom Dia Tocantis

Combate à violência no trabalho da Enfermagem foi debatida em Audiência Pública na última quarta-feira (23), em Palmas

24.10.2024

Combate à violência no trabalho da Enfermagem foi tema do Programa Bom dia Tocantis, da Rede Globo. Em entrevista, a conselheira Luana Ribeiro, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), esclareceu os tipos de agressões que os profissionais sofrem, não somente física, mas principalmente psicológica, assunto tratado em Audiência Pública na última quarta-feira (23/10), em Palmas. “Cerca de 70% dos trabalhadores já sofreram ou sofrem algum tipo de violência”, afirmou a conselheira. E o estado de Tocantis possui um índice elevado, segundo a Pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O objetivo da audiência promovida pelo Cofen, com o apoio do Conselho Regional de Enfermagem de Tocantins (Coren-TO), foi debater formas de combate a essas violências contra profissionais. Ela foi a segunda de uma série de encontros promovidos pelo Cofen em todo o país, visando discutir temas cruciais relacionados à profissão e dar voz às preocupações da categoria sobre as condições de trabalho.

O presidente do Cofen, Manoel Neri, ressaltou que o tema faz parte do cotidiano da Enfermagem no Brasil e tem se tornado uma preocupação crescente dos Conselhos de Enfermagem desde 2014, quando foi concluída a pesquisa, a qual revelou dados alarmantes sobre a violência física, psicológica, assédio moral e sexual nos ambientes de trabalho. “Precisamos combater esse problema tão relevante, pois, muitas vezes, o profissional que sofre violência sequer recebe o acolhimento necessário, já que esse apoio não faz parte das políticas de saúde de forma adequada”, destacou Neri.

A procuradora do trabalho e vice-coordenadora nacional da coordigualdade, Fernanda Barreto Naves, também abordou o cyberbullying, uma forma crescente de violência digital, em que a maioria dos agressores são homens (96%), brancos (79%) e pertencentes à classe média alta.