Entidades definem desafio prioritário da Enfermagem no Brasil

Cofen, OPAS, OMS, USP, ABen, Conass e Ministério da Saúde consideram imprescindível focar no planejamento da força de trabalho em Enfermagem para superar desafios

14.03.2023

Entidades escolheram entre quatro opções que despontam como entraves para o futuro da profissão

Em oficina de priorização realizada nesta segunda-feira (13), o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de Sao Paulo (EERP/USP) definiram em uníssono qual é o desafio prioritário para garantir a disponibilidade e a acessibilidade da Enfermagem no Brasil.

Buscando responder aos “Desafios para a disponibilidade e acessibilidade da Enfermagem”, as entidades debateram ideias e escolheram entre quatro opções, que despontam como entraves para o futuro da profissão, são eles: 1º Desequilíbrio na composição da equipe de Enfermagem no Brasil; 2º Persistente assimetria na distribuição geográfica dos profissionais pelo país; 3º Desajuste entre a oferta e a demanda de profissionais no mercado de trabalho; e 4º Insuficiência de evidências para o planejamento da força de trabalho em Enfermagem.

“Precisamos adequar a formação às necessidades da população e demandas de mercado”, afirma Tatiana Melo

“Em que pese a relevância dos quatro temas, escolhemos priorizar neste momento o quarto desafio, pois o planejamento da força de trabalho é o ponto de partida para resolver os demais empecílios, que ainda são entraves para o desenvolvimento da profissão no Brasil. Precisamos adequar a formação às necessidades da população e demandas de mercado, tanto para assegurar a empregabilidade quanto a autonomia da Enfermagem no desenvolvimento de suas especialidades”, considera a conselheira federal Tatiana Melo, que representou o Cofen na oficina.

Para atingir o objetivo definido, as entidades entendem ser necessário investir na governança e no planejamento da força de trabalho nacional, reforçar os sistemas de informação para melhorar a coleta e análise de dados sobre recursos humanos, aumentar a produção de evidências científicas voltadas ao planejamento da força de trabalho e promover espaços de diálogo entre stakeholders (partes interessadas) com base nas melhores evidências disponíveis.

“Por um lado, ainda vemos significativas parcelas da população desassistida. Por outro, temos extensos quadros de profissionais sem emprego. Percebe-se que a abertura de cursos e especializações na área não foi acompanhada de estudos sobre as necessidades e demandas de cada região. Portanto, esse trabalho de planejamento, baseado nos desafios a que temos que responder, é preponderante para ter uma profissão mais organizada e equilibrada em um futuro próximo”, pontua a presidente do Cofen, Betânia Santos.

A iniciativa é uma realização do Grupo de Trabalho do Estado da Enfermagem no Brasil, que reúne Cofen, OPAS, OMS, USP, ABen, Conass, Ministério da Saúde e busca dar uma contribuição para o relatório “Estado da Enfermagem no Mundo 2020” e “Estado da Obstetrícia no Mundo 2021”. Com o objetivo de estabelecer um ambiente propício ao diálogo sobre o planejamento e a regulação do setor, o grupo segue trabalhando para subsidiar a impulsionar a formulação de políticas públicas baseadas em evidências científicas.

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