Recém-nascidos prematuros e de baixo peso internados têm mais chances de recuperação quando têm acesso ao leite humano. Campanha lançada hoje (18) pelo Ministério da Saúde busca estimular a doação de leite por mulheres que amamentam.

Crianças beneficiadas pelas doações fazem parte da campanha, que envolve também as doadoras e receptoras de leite humano. Com o tema “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho. Doe leite materno”, a ação foi lançada em Brasília, com transmissão ao vivo para todo Brasil, dando início às comemorações do Dia Mundial da Doação de Leite Humano, celebrado em 19 de maio.

Integrante da campanha e mãe da pequena Sofia, Camila Ribeiro deu um depoimento sobre como passou de receptora a doadora de leite humano. “Eu tive um diagnóstico de placenta prévia e por isso ela nasceu prematura”, contou Camila. Com um quadro forte de anemia, ela não pôde amamentar a filha por uma semana e meia. “Depois desse período, eu me tornei doadora. Consegui doar em média, 12 litros por semana. Era muito leite!”, afirmou. “Agradeço ao Banco de Leite Humano por ter salvado a vida da minha filha e me permitido salvar a vida de tantos bebês”, finalizou.

A coordenadora da Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH) do DF, Miriam Santos, recebeu homenagem entregue pelo coordenador da rBLH, João Aprígio, sob calorosos aplausos do público. O Distrito Federal é a única unidade federativa autossuficiente em leite humano. “A gente só existe por causa da Sofia e por causa das mães nutrizes”, disse Miriam, que agradeceu à equipe da rBLH-DF e aos bombeiros, que fazem coleta domiciliar.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apoia a iniciativa, que busca ampliar as doações para atender pelo menos 60% dos bebês que necessitam, em um total de 245,7 mil litros. “Mesmo pequenas quantidades de leite podem ser doadas e contribuem para salvar vidas. É importante orientar as mulheres sobre a coleta”, explica a conselheira federal Ivone Amazonas. Um pote de 200 ml alimenta até 10 bebês prematuros internados.

Encontre um Banco de Leite – O Brasil conta com 227 bancos de leite e 240 postos de coleta distribuídos em todos os estados e no Distrito Federal. Os profissionais de Enfermagem têm papel fundamental no manejo da amamentação e gestão dessa rede, que pode estar mais perto do que você imagina. Ligue para o telefone 136 ou acesse o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, para encontrar a unidade mais próxima.

Amamentar reduz mortalidade infantil – O Brasil vive uma revolução no cuidado aos lactentes. A prevalência da amamentação exclusiva entre bebês menores de 6 meses aumentou mais de 1.500% entre 1986 e 2020, passando de 2,9% para 45%, segundo dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI). No mesmo período a mortalidade infantil caiu em taxas anuais de quase 5%, associada à ampliação da rede de atenção básica, vacinação e amamentação. Segundo dados do Ministério da Saúde, o leite humano é capaz de reduzir em até 13% a mortalidade de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis.