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Doenças crônicas são tema do 8º Fórum Permanente de Atenção Primária

Câmara Técnica de Atenção Básica (CTAB/Cofen) ouviu experiências em âmbito nacional e contribuições do Rio de Janeiro e de Alagoas

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26.07.2023

A busca do modelo ideal de uma rede de atendimento em atenção primária a pacientes de doenças crônicas foi abordada durante o 8º Fórum Permanente de Atenção Primária em Saúde e Imunizações: Potencialidades, Desafios e Perspectivas. Práticas de Enfermagem em doenças crônicas foi o tema em foco.

Promovido pela Câmara Técnica de Atenção Básica do Conselho Federal de Enfermagem (CTAB/Cofen), o evento teve transmissão pelo CofenPlay e chegou à marca de mais de 500 participantes, de acordo com estimativa dos organizadores.

Panorama nacional – A coordenadora-geral de Prevenção às Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Gilmara dos Santos, deu início às apresentações. Sua fala girou em torno da preocupação com a transição demográfica que envelheceu a população brasileira e o destaque para protagonismo da Enfermagem na atenção primária com foco no conhecimento do território.

“Atuamos frente a fatores de risco, muito voltados à prevenção das doenças cardiovasculares como hipertensão, diabetes e cânceres rastreáveis, como o de colo de útero e de mama. As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais da metade das mortes evitáveis no Brasil e nossa atenção deve estar centrada no usuário, um sujeito de sua própria saúde”, descreveu Gilmara.

Ela ainda trouxe números como os que apontam 63 milhões de pessoas da população adulta (ou 40% dos brasileiros) negligenciando uma atividade física ideal. O alcoolismo ainda é uma mazela para 41,3 milhões (26%) que consomem bebida uma vez ou mais por semana. “Se não atuarmos na prevenção, a Enfermagem estará sobrecarregada no pronto-atendimento”, pontuou.

Rio de Janeiro – O coordenador da Câmara Técnica de Saúde Coletiva do Coren/RJ, Antônio Ribeiro, deu prosseguimento. Ele contou a respeito de sua experiência no estado fluminense e o que tem vivenciado e conseguido perceber sobre as mudanças na demografia da população. “A gente entende que as doenças crônicas, que têm maior prevalência e incidência, precisam de ações feitas conjuntamente. O PS mostra fragilidade e modelos cartesianos desenhados que estão ultrapassados. Nosso processo formativo tem a necessidade de o profissional ter olhar sobre as doenças crônicas e ações de promoção de saúde”, afirmou.

Ribeiro nota a presença da Enfermagem no diagnóstico de doenças como o câncer de cólon, mas nem sempre prossegue no acompanhamento. “Não conseguimos garantir a integralidade da atenção, o enfermeiro precisa prosseguir neste acompanhamento”, asseverou.

Maceió – A coordenadora de Atenção Primária do Município de Maceió, Alayde Ricardo, concluiu as apresentações. Falou especialmente sobre hábitos alimentares na promoção da saúde, destacando a tradição nordestina de alto consumo de sódio através de carnes processadas.

“Sabemos que no nordeste há uma maior incidência de doenças cardiovasculares em função da cultura do alimento salgado, especialmente a carne. Alimentação é essencial, é prioritário no atendimento, consultas e acompanhamento. As orientações dependem de um contexto, uma realidade onde o indivíduo está inserido”, afirmou.

Reduzir bebidas, especialmente as adoçadas e o aumento da atividade física é uma recomendação essencial na promoção do bem-estar e diminuição das condições crônicas, mas sempre de um ponto de vista de orientação.

CTAB – A conselheira Helga Bresciani representou a presidente do Cofen na apresentação. A mediação das discussões foi realizada por integrantes da CTAB, cuja atual composição foi definida pela Portaria Cofen 561/2023 com os nomes de Luan Araújo – presidente da mesa – Maria Leocádio, Fátima de Menezes, Marcuce dos Santos e José Alvarenga.