Enfermeira desenvolve app para pacientes com dor crônica que fazem uso de opioides

Enfermeira Lucielena Maria de Sousa Garcia Soares defendeu a dissertação de mestrado “OPI-APP: aplicativo educacional para pacientes com dor crônica em uso de opioides”

03.07.2024

Há muitas pessoas que se queixam de dores crônicas, que persistem por longos períodos e podem ser causadas por diferentes tipos de enfermidades. O problema é grave e aflige milhões em todo mundo. Ciente disso, a enfermeira Lucielena Maria de Sousa Garcia Soares defendeu a dissertação de mestrado “OPI-APP: aplicativo educacional para pacientes com dor crônica em uso de opioides”.

O trabalho foi desenvolvido graças à parceria entre o Coren-MG e a Universidade Federal Fluminense (UFF), que possibilita o oferecimento do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA). E a escolha do tema vai ao encontro do trabalho que é desenvolvido por Lucielena Soares desde 2012. “Minha conexão com o atendimento a pacientes com dor deu-se a partir de minha especialidade em enfermagem em saúde mental”, conta.

Apesar de o gerenciamento da dor e dos riscos não serem atribuições privativas dos enfermeiros, Lucielena Soares diz que estes assumem um papel relevante no manejo do problema. “Seja em consultórios de enfermagem, ambulatórios, clínicas ou serviços de internação, promovendo educação de pacientes, manejo da dor crônica e gestão de riscos relacionados ao uso de opioides, tendo em vista a segurança do paciente.”

Segundo ela, o aplicativo atende os eixos 4 (Desenvolvimento de Tecnologias e Inovação em Saúde) e 8 (Gestão do trabalho e educação em saúde) da Agenda de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde (APPMS). “O OPI-APP é uma inovação, pois um estudo sobre produção técnica de programas profissionais em enfermagem encontrou que apenas 19% de todos os produtos dos programas de mestrados profissionais em enfermagem que envolviam desenvolvimento de tecnologia sob a forma de sistemas e aplicativos, reforçando a necessidade de avanços no desenvolvimento de tecnologias nas produções dos mestrados profissionais em enfermagem.”

Lucielena Soares acrescenta que outro estudo brasileiro, que incluiu teses e dissertações, identificou que 26% dos aplicativos desenvolvidos por enfermeiros eram educacionais, porém, nenhum abordou a dor crônica e uso de opioides. “O que coloca o OPI-APP como o primeiro aplicativo educacional, desenvolvido por enfermeiro para paciente com dor crônica em uso de opioides.”

Por isso, a ferramenta é valiosa no que se refere ao trabalho do enfermeiro e da enfermagem, tanto para o processo, quanto para a consulta de enfermagem. “Contribui para o planejamento de intervenções para os pacientes com dor crônica, sobretudo, relacionadas à educação, podendo ser utilizado por outros profissionais de saúde em diferentes contextos e cenários de saúde.”

Elaborado para ser facilmente compreendido como norteador para os pacientes que têm dor crônica e usam opioides, o conteúdo do aplicativo também vai contribuir para esclarecimentos de familiares, amigos, colegas de trabalho e outras pessoas ligadas a esses pacientes. “Além disso, o OPI-APP pode ser utilizado administrativamente como parte do acervo para segurança do paciente e gestão de riscos, e ser uma inovação tecnológica em saúde possibilitando amplo acesso, na palma da mão”, completa Lucielena Soares.

Atualmente, o aplicativo está sendo utilizado apenas parcialmente. “Ainda tem um caminho a percorrer, de incubação e aceleração. Fizemos durante o mestrado a avaliação de usabilidade junto aos pacientes da pesquisa, mas ainda queremos validar junto aos enfermeiros especialistas em dor crônica e junto aos profissionais da tecnologia da informação antes de disponibilizá-lo para as lojas de aplicativos”, finaliza a enfermeira, que também é mestre em Enfermagem, proprietária do consultório Clind’or, consultora em saúde e educação, e palestrante e colaboradora do Cofen e do Coren-MG na área de inovação e empreendedorismo.

Fonte: Coren-MG

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