Conferência destaca desafios e conquistas da Enfermagem global no contexto do desenvolvimento sustentável

Palestrante enfatiza que diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão diretamente conectados ao trabalho da Enfermagem.

17.09.2024

No segundo dia do 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF), a professora e pesquisadora Jeanne-Marie Stacciarini, da Faculdade de Enfermagem da Universidade da Flórida, abordou sobre os desafios e sucessos da Enfermagem global para o desenvolvimento sustentável. A sessão foi coordenada pelo vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes.

Stacciarini destacou o papel essencial da Enfermagem para garantir a saúde das populações, especialmente em áreas vulneráveis. No entanto, apontou que a profissão ainda enfrenta desafios significativos, como a desigualdade na distribuição de trabalhadores em diferentes regiões e a migração de enfermeiros de países de baixa renda para nações mais ricas em busca de melhores oportunidades, fenômeno conhecido como “fuga de cérebros”.

Apesar desses obstáculos, a professora ressaltou que a categoria tem alcançado importantes avanços, adaptando-se às adversidades e contribuindo diretamente para a melhoria dos sistemas de saúde. “A saúde é um dos pilares do Desenvolvimento Sustentável (ODS 3), e muitos dos ODS estão diretamente alinhados ao trabalho dos enfermeiros, reforçando seu papel central no alcance de metas globais relacionadas ao bem-estar”, disse.

A palestrante também chamou a atenção para a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê uma escassez global de aproximadamente 4,5 milhões de enfermeiros e 310 mil parteiras até 2030. Esse déficit afetará especialmente regiões como África, Sudeste Asiático, o Mediterrâneo e partes da América Latina.

Entre as estratégias para fortalecer a Enfermagem no contexto do desenvolvimento sustentável, Stacciarini frisou a necessidade de investir na profissão, assegurando uma formação de qualidade e alinhada às necessidades de saúde da população. Ela destacou a relevância de integrar os ODS nos currículos de formação, em pesquisas e nas políticas de saúde, além de promover uma educação transdisciplinar. “A Enfermagem tem o potencial de impactar diretamente as populações vulneráveis, como indígenas, quilombolas, negros e idosos, especialmente em áreas remotas”, afirmou.

A pesquisadora também evidenciou a importância de assegurar condições de trabalho dignas e remuneração adequada para evitar a evasão e migração de profissionais qualificados. Outro ponto é o investimento em posições de liderança, para que enfermeiros tenham participação ativa em decisões políticas e governamentais. Além disso, fortalecer os órgãos reguladores e as organizações profissionais é essencial para apoiar as necessidades da categoria.

Stacciarini concluiu afirmando que os enfermeiros são fundamentais para a condução de resultados positivos e para a estabilidade econômica das sociedades. “É hora de reconhecer globalmente a Enfermagem não apenas como uma profissão, mas como um investimento essencial para o futuro coletivo”, finalizou.

Ao final, Daniel Menezes reforçou a relevância da presença da Enfermagem em posições de liderança nas políticas de saúde. “A Enfermagem tem se destacado pela capacidade de adaptação diante das adversidades e, com ciência e esforço, tem avançado na ocupação de espaços decisórios”, concluiu.

 

Fonte: Ascom/Cofen

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