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Falta de insumo pode comprometer avanço da vacinação no Brasil

Seis em cada 10 cidades brasileiras relatam falta de vacina, aponta pesquisa da CNM. Em julho, Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas, após enfrentar quedas nas coberturas vacinais desde 2016.

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24.09.2024

A falta de insumos nos municípios ameaça o aumento da cobertura vacinal no Brasil. Levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que  em 64,7% dos municípios há falta de pelo menos um imunizante. O levantamento foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro, com a participação de 2.415 municípios. 

O Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo em julho deste ano, após enfrentar quedas consecutivas nas coberturas vacinais desde 2016. A falta de insumo pode comprometer os resultados do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em 2023 pelo presidente Lula da Silva. Em menos de dois anos, o Brasil reverteu a queda de 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil.

A vacina contra varicela (catapora) lidera a lista do CNM, com relato de insuficiência em 1.210 municípios. A vacina infantil contra o vírus da Covid-19 é a segunda da lista. O imunizante estava em falta em 770 municípios, com uma média de 30 dias de atraso no fornecimento.  546 municípios relataram falta da meningocócica C. Também foram relatados casos de falta de estoque da tetraviral, que combate o sarampo, a caxumba, varicela e a rubéola, em 447 municípios; da vacina contra Hepatite A, em 307 municípios; e a DTP,  que combate a difteria, tétano e coqueluche, em 288 municípios. 

“Estamos cobrando do Ministério da Saúde que disponibilize os imunizantes para vacinar as crianças e suas famílias o mais rapidamente possível”, afirma o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski. 

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que não há falta generalizada de vacinas no Brasil. “O levantamento da CNM traz questões pontuais”, diz a nota. Segundo o ministério, foram distribuídas 65,9 milhões de doses das dez principais vacinas citadas pelo levantamento, incluindo a de covid-19, com 22,9 milhões de doses aplicadas até o momento. A nota informa a compra de 2,7 milhões de doses da vacina contra varicela em 2023, com 150 mil previstas para serem entregues até setembro. A aquisição regular para 2024 está em andamento.

O ministério afirma que a entrega semanal da vacina contra covid-19 segue a capacidade de armazenamento da cadeia de frio estadual, pois o imunizante exige armazenamento em baixíssima temperatura. A pasta afirma que está finalizando pregão para a compra da vacina mais atualizada XBB, que protege contra a nova variante do coronavírus Arcturus. A orientação do Ministério da Saúde é substituir a Meningo C pela ACWY, em caso de falta do imunizante. 

O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo, com oferta gratuita de 45 diferentes imunobiológicos. Há vacinas destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação. O país conta com 35 mil salas de vacina coordenadas por enfermeiros.

Fonte: Ascom/Cofen