Enfermagem e Inovação: Profissionais desenvolvem tecnologias para reabilitação de pacientes

Enfermagem se destaca na inovação e no desenvolvimento de próteses e órteses, ampliando sua atuação na reabilitação de pacientes oncológicos, grandes queimados e outros públicos

27.02.2025

Encontro virtual contou com a participação de membros da Câmara Técnica e três profissionais de Enfermagem que têm se destacado nessa área

A Enfermagem tem ampliado sua atuação para além do cuidado assistencial, demonstrando seu potencial na inovação e no desenvolvimento de tecnologias voltadas para a reabilitação de pacientes. Em reunião da Câmara Técnica de Empreendedorismo e Gestão de Negócios do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), realizada na terça-feira (25), foram discutidas iniciativas de enfermeiras empreendedoras que atuam no desenvolvimento de próteses e órteses para pacientes oncológicos, grandes queimados e outros públicos que necessitam de reabilitação.

O encontro virtual contou com a participação de membros da Câmara Técnica e três profissionais de Enfermagem que têm se destacado nessa área. A necessidade de regulamentação da atuação do enfermeiro na estética reparadora e no desenvolvimento de tecnologias assistivas foi um dos principais pontos debatidos, assim como o reconhecimento da Enfermagem como uma profissão com grande potencial de inovação e impacto social.

A técnica de Enfermagem Patrícia Dias, de Curitiba, iniciou sua atuação na reconstrução por meio da micropigmentação e, ao perceber as limitações dessa técnica para determinados pacientes, passou a desenvolver próteses areolares que garantem textura e volume adequados. Seu trabalho foi reconhecido nacionalmente, sendo premiado no Bootcamp HealthTech do Cofen e recebendo o Prêmio Anna Nery, indicada pelo Coren-PR.

A enfermeira Laura Guimarães, de Minas Gerais, também compartilhou sua trajetória de inovação. Com experiência em gestão e auditoria, ela fundou a empresa Motivaser e, em 2023, realizou 100 reconstruções voluntárias. Seu trabalho ganhou ainda mais força ao obter uma emenda parlamentar para implantar um ambulatório de reconstrução de aréolas e cuidados oncoestéticos em Betim/MG, beneficiando 12 macrorregiões. Laura também destacou a importância do Protocolo de Classificação de Urgência Oncológica, que permite identificar casos precoces de recidivas, e os projetos que está iniciando em parceria com profissionais de odontologia e fisioterapia para o desenvolvimento de próteses faciais e motoras.

A enfermeira Joice Priscila Alves, brasileira residente em Madrid, na Espanha, relatou sua experiência na área da estética reparadora. Formada como técnica de Enfermagem no Brasil e posteriormente graduada em Enfermagem na Espanha, Joice atua na reconstrução de pacientes por meio de um ambulatório público, onde a micropigmentação já é implementada no sistema de saúde espanhol. Seu trabalho tem sido essencial para a recuperação de pacientes oncológicos e de pessoas que tiveram complicações após passarem por cirurgias plásticas ou transição de gênero.

Durante a reunião, foi destacado que essas tecnologias atendem não apenas a pacientes oncológicos, mas também aqueles que sofreram complicações em procedimentos estéticos, grandes queimados, pessoas com síndrome de Poland e alopecia, além de pacientes do processo transsexualizador. “A Enfermagem tem se consolidado como uma área essencial no desenvolvimento de tecnologias assistivas, especialmente pelo conhecimento aprofundado dos profissionais sobre as necessidades dos pacientes e a usabilidade dos produtos”, afirmou Ludimila Cunha, coordenadora da Câmara Técnica.

Ludimila reiterou que a crescente relevância da estética reparadora e o impacto social dos negócios na Enfermagem evidenciam a necessidade de revisar a regulamentação, de modo a incluir a atuação do enfermeiro no desenvolvimento e na aplicação de próteses e órteses. Como encaminhamento do encontro, a Câmara Técnica propôs iniciar um movimento para a regulamentação das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) na Enfermagem, abrangendo áreas como estética reparadora, reabilitação de pacientes e tratamento de feridas.

“O compromisso da Enfermagem com a inovação e o empreendedorismo demonstra seu papel fundamental na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, promovendo reabilitação, autoestima e inclusão social. A regulamentação dessas práticas permitirá que mais profissionais possam contribuir para esse avanço, consolidando a enfermagem como uma profissão essencial no cenário da inovação em saúde”, concluiu Ludimila.

Fonte: Ascom/Cofen

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