Enfermagem organiza II Marcha pela Humanização do Parto em Teresina

Brasil é campeão mundial de cesarianas; acompanhamento de enfermeiras está associado a redução das cirurgias e das intervenções nos partos normais

21.11.2014

parto normal - CofenProfissionais de Enfermagem juntamente com mulheres e profissionais da área da saúde realizarão a II Marcha pela Humanização do Parto, no dia 29 de novembro, em Teresina. A marcha, que irá da Ponte Estaiada até o Parque Potycabana, na capital piauiense, é promovida pelo Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren – PI) e pela Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras do Piauí (Abenfon-PI). A ação fortalece a luta pelo parto normal e pelos direitos da parturiente e do recém-nascido.

O Brasil é campeão mundial de cirurgias cesarianas eletivas. A taxa de cesarianas chega a 90% no rede particular e a 52% no Sistema Único de Saúde (SUS). O índice desejável, segundo a Organização Mundial de Saúde, é de aproximadamente 15%. A cesariana eletiva está associada a um maior tempo de recuperação da mãe e a aumento do risco de complicações para a mãe e o bebê.

"Parto normal gera vários benéficios para a mulher e o bebê", explica a enfermeira Verbenia Cipriano
“Parto normal gera vários benefícios para a mulher e o bebê”, explica a enfermeira Verbenia Cipriano

A mulher tem muitos direitos ao optar pelo parto normal, incluindo a presença de acompanhante, orientação sobre o trabalho de parto, escolher a posição que deseja parir, explica a enfermeira obstetra da Maternidade Evangelina Rosa (PI), Verbenia Cipriano. “Escolher ter parto normal gera vários benefícios para a mulher e principalmente para o desenvolvimento do recém-nascido. Após o nascimento, o bebê fica em contato direto com a mãe, antes do corte do cordão umbilical; a amamentação é iniciada logo nos primeiros 30 minutos depois do parto. Com a aleitamento as chances de problemas respiratórios para o bebê diminuem”, afirma.

A universitária Samara Gomes, de 26 anos, optou pelo parto humanizado. Ela conta que nascimento do primeiro filho foi decidido desde o começo da gravidez e a opção pelo parto normal se deu por causa do receio à anestesia e ao pós-operatório. “Sempre quis ter normal e durante o pré-natal fui acompanhada pela enfermeira obstetra, que me explicava a cada consulta de como estava o bebê, os direitos e benefícios do parto normal”.

O acompanhamento do pré-natal com a enfermeira obstetra ajudou a estudante a cuidar de sua saúde e do bem-estar do bebê. “As consultas aconteciam mensalmente e foram essenciais para eu adquirir mais segurança. A assistência humanizada obtida durante toda minha gravidez através do pré-natal recebeu uma complementação de profissionalismo na hora que cheguei na maternidade Dona Evangelina Rosa”, destacou.

Gomes revelou um dos medos alimentados durante a gravidez. “Ouvia das minhas amigas pressuposições negativas com relação a recepção e atendimento da maternidade. Por isso, acabei chegando lá com medo e receio de ser mal atendida. Entretanto, nada do que foi falado aconteceu. A enfermeira que me atendeu foi nota 10, e o médico me explicou muito bem como seria o procedimento. Quando fui para sala do pré-parto, por mais difícil que tenha sido e mesmo sentindo aquela dor, eu tive toda assistência da equipe”, enfatizou Samara.

Preferência das brasileiras por cesárea é mito
Preferência das brasileiras por cesárea é mito

Mulheres desejam parto normal, mas têm cesarianas – Como Samara, a maioria das grávidas brasileiras deseja parto normal, segundo o estudo Nascer no Brasil – Inquérito sobre Parto e Nascimento, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, que ouviu 23.894 mulheres, em 266 hospitais de 191 cidades brasileiras. 72% das mulheres queriam parto normal logo que engravidaram. Ao longo da gestação, foram convencidas do contrário.

A situação é mais grave na rede particular. Entre as gestantes atendidas em hospitais pagos, o índice de mulheres que desejava cesárea era de 36% no início da gestação. Ao fim dos nove meses, essa proporção havia subido para 67%. E, mesmo entre as que continuavam desejando parto normal, a maioria não conseguiu. A taxa de cesariana foi de 90%.

O governo federal estimula o parto humanizado por meio da Rede Cegonha, ação integrada de assistência ao pré-natal, parto, nascimento e à saúde da criança. A presença de enfermeiras obstétricas e obstetrizes durante o trabalho de parto está associada a um redução nas intervenções, incluindo cesarianas, episiotomia, uso de ocitocina sintética.

 

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