Perfil da Enfermagem: Após diagnóstico, Cofen cobra mudanças

Presidente do Cofen cobra diálogo com o Ministério da Saúde, MEC e Congresso para melhorar a situação da profissão

07.05.2015

"Não se faz Saúde não só no Brasil, como em qualquer país do mundo, sem recursos humanos”, destacou Manoel Neri
“Não se faz Saúde não só no Brasil, como em qualquer país do mundo, sem recursos humanos”, destacou Manoel Neri

“A realidade da Enfermagem mostra uma profissão que vem sendo desvalorizada e que é fundamental para a área de Saúde. Não se faz Saúde não só no Brasil, como em qualquer país do mundo, sem recursos humanos”, afirmou o presidente do Cofen, Manoel Neri, na apresentação dos dados nacionais, nesta quarta-feira (6/7).

A pesquisa, mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina, oferece um diagnóstico preciso de dificuldades que muitos profissionais conhecem na prática. O resultado, detalhado também por Estado, permitirá uma compreensão mais precisa das realidades locais. “Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

“Queremos diálogo com o ministério da Saúde. Cadê o ministro da Saúde neste lançamento?”, cobrou o presidente do Cofen, na apresentação da pesquisa. Os resultados da pesquisa devem subsidiar políticas públicas para melhorias no atendimento à população e enfrentamento das dificuldades vividas pelos enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, que representam mais da metade da força de trabalho da área de Saúde.

Saturação de mercado e má formação – Cerca de 27 mil profissionais de Enfermagem tem uma renda mensal menor que o salário mínimo e um elevado percentual (16,8%) declarou ter renda total de até R$ 1.000. Na avaliação do presidente Manoel Neri, os dados evidenciam a necessidade de aprovação de piso salarial para categoria e o mais controle sobre os cursos de formação. “O que vemos é a proliferação desordenada de cursos de qualidade duvidosa, e, mais recentemente, a formação por cursos de Educação à Distância, que considero um crime contra a Saúde da população brasileira”, afirmou, ressaltando a importância da mudança de postura do Ministério da Educação (MEC), responsável por autorizar o funcionamento dos cursos.

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