Cofen lança Perfil da Enfermagem em Goiás

Mais de um quarto (28,4%) dos profissionais do Estado recebem até um salário mínimo

01.07.2015

A enfermagem hoje no país é composta por um quadro de 80% de técnicos e auxiliares e 20% de enfermeiros. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, cujos resultados também apontam desgaste profissional em 66% dos entrevistados e grande concentração da Força de Trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas). O mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina é inédito e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio operacional dos Conselhos Regionais de Enfermagem.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,7 milhão). A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

“Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

 

Qual é o Perfil da Enfermagem em Goiás?

A pesquisa foi realizada em todo o Estado de Goiás, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de 46 mil profissionais. A enfermagem hoje em Goiás é composta por um quadro de 75,4% de técnicos e auxiliares e 24,6% de enfermeiros.

 

Onde trabalham

No quesito mercado de trabalho em Goiás, 64,7% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público – apresentando, portanto, na região, o maior índice de inserção de profissionais de enfermagem nesse setor; 26,1% no privado; 16% no filantrópico e 9% nas atividades de ensino.

Em Goiás, 62% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,3% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (28,4%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, ou seja, estão na condição de subsalário.

Dos profissionais da enfermagem, a maioria (59,8%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (34%), o filantrópico (72,9%), o público (16,5%) e o de ensino (11,8%) praticam salários com valores de até R$ 1.000.

Masculinização

A equipe de enfermagem em Goiás é predominantemente feminina, sendo composta por 88,9% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 11% dos homens. “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

Profissionais qualificados acima do exigido

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem de Goiás. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que mais de 1/4, ou seja, 28% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação.

Desemprego aberto

A área da enfermagem de Goiás apresenta o segundo maior índice de desemprego da Região Centro-Oeste, com 14% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. A dificuldade de encontrar emprego foi apontada por 77,3% desses profissionais.

Concentração na capital

Quase metade da equipe de enfermagem (49,5%) se concentra na Capital.

 

Lançamento da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Goiás

Data: 1 de julho (quarta-feira)

Horário: 14h

Local: Auditório da área IV da Pontífica Universidade de Goiá (PUC-GO)

Av. Universitária 1.440, Setor Universitário. Goiânia (GO)

Fontes: Cofen, Fiocruz, Coren/GO

 

 

 

 

 

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