Cofen reforça luta contra sífilis congênita na Paraíba

Com participação de gestores, profissionais e da Unicef, reunião debateu papel da Enfermagem no diagnóstico e tratamento

10.08.2015

Cofen e Coren-PB desmistificam cultura de temor da penicilina benzatina, único medicamente comprovadamente capaz de prevenir a sífilis congênita

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba, Ronaldo Beserra, e os conselheiros federais Venscelau Pantoja e Antônio Coutinho participaram, nesta segunda-feira (10/8), em João Pessoa (PB), de reunião com representante da Unicef, profissionais e gestores de Saúde da Paraíba para divulgar o papel da Enfermagem no combate à sífilis congênita e somar esforços para conter a doença. O Cofen revogou o parecer 08/2014, que enrijecia as normas de aplicação da penicilina.

A Paraíba apresenta um dos mais graves quadros de sífilis congênita no País. São mais de 1.300 casos desde 2010, com tendência de alta. A difusão do teste rápido não foi acompanhada de igual ampliação do tratamento. O encaminhamento para unidades de referência distantes representa uma barreira de acessibilidade, dificultando o tratamento, que, nos casos da sífilis em gestantes, é de máxima urgência.

A enfermeira Graça Lima, consultora da Unicef, ressaltou que o aumento da sífilis congênita está sendo acompanhado com grande preocupação. “Somos responsáveis por cada criança que nasce com sífilis congênita, sofrendo as graves consequências de algo que poderia ser facilmente prevenido”, afirmou Giovana Cordeiro, diretora de atenção básica de Campina Grande (PB).

Profissionais e gestores de Saúde reforçaram urgência do combate à sífilis na gestação; “Somos culpados cada vez que uma criança que nasce com sífilis congênita, sofrendo as graves consequências de algo que poderia ser facilmente prevenido”.

A penicilina benzatina, único medicamento comprovadamente capaz de atravessar a barreira placentária e prevenir a sífilis congênita, deve ser aplicada em Unidades Básicas de Saúde, seguindo as diretrizes técnicas do Ministério da Saúde. É necessária a disponibilidade de adrenalina, usada para estabilizar casos de reação, até que sejam encaminhados para atendimento especializados, conforme o caso.

A penicilina pode ser prescrita pelo próprio enfermeiro, dentro de protocolos de Programas de Saúde institucionais. “O arcabouço legal já existe. Os protocolos municipais, assinados pelos Secretários de Saúde, após parecer do Conselho Regional de Enfermagem, apenas condensam e especificam as práticas do município, dentro dos limites legais”, destacou o conselheiro federal Antônio Coutinho.

Desabastecimento internacional – O Ministério da Saúde está realizando expedientes para garantir o suprimento de penicilina benzatina, zerado em 41% dos Estados brasileiros. Na Paraíba, o estoque é crítico. A orientação técnica para os Estados que ainda têm penicilina benzatina é privilegiar o atendimento das gestantes, considerando o grave risco à criança. Pacientes não gestantes devem utilizar outros antibióticos no tratamento da sífilis.

Sala de Vacina – Os representantes do sistema Cofen/Conselhos Regionais reafirmaram as atribuições do responsável técnico, que responde pelo desenvolvimento e acompanhamento dos programas de vacinação, ressalvando, no entanto, que enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem estão habilitados para a aplicação. “A responsabilização também existe quando não se presta a assistência devida, apesar do respaldo legal”, afirmou Vencelau Pantoja.

 

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