Operação conjunta do Cofen e Coren encontra irregularidades em São Luís

A falta de registros dos procedimentos, inexistência de enfermeiro e de planejamento e programação de Enfermagem (SAE) foram algumas das irregularidades encontradas

15.10.2015

coren - ma
Cofen e Coren-MA realizam operação conjunta de fiscalização

A operação conjunta realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA) e Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) tem detectado várias irregularidades em unidades de saúde de São Luís. A falta de registros dos procedimentos realizados, inexistência de enfermeiro em unidade de saúde e inexistência de planejamento e programação de enfermagem (SAE) foram algumas das situações identificadas durante as vistorias.

A operação teve início no dia 13 e segue até amanhã. Ontem, foram vistoriados o Hospital Municipal Djalma Marques, o Hospital Aquiles Lisboa, Santa Casa de Misericórdia, Hospital Universitário (unidades Presidente Dutra e Materno Infantil) e a Maternidade Marly Sarney.

Hoje, foram fiscalizados a Maternidade Benedito Leite, o Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho e o Hospital São Luiz. A operação de fiscalização que está sendo realizada por mio de parceria do Coren-MA e Cofen faz parte do processo de reestruturação de algumas ações e metodologias utilizadas no Maranhão. Após essa etapa, as vistorias continuam rotineiramente em outras unidades da capital e do interior do estado.

Irregularidades – De acordo com a Resolução do Cofen nº 374/2011, que normatiza o funcionamento do Sistema de Fiscalização do Exercício profissional da Enfermagem, prevê como irregularidade a inexistência de inexistência de planejamento e programação de enfermagem (SAE). Foi essa uma das principais situações encontradas pelos fiscais nas unidades de São Luís.

A ausência de enfermeiro em todos os locais onde são desenvolvidas ações de enfermagem durante algum período de funcionamento da instituição é outra situação recorrente nas unidades já vistoriadas. Prevista na Lei nº 7.498/86, a irregularidade riscos gravíssimos aos pacientes. O mesmo risco ocorre quando há a inexistência de enfermeiro na instituição de saúde. A irregularidade que também está prevista na Resolução nº 374/2011 foi detectada no Centro de Cardiologia Invasiva do Maranhão, ligado à Santa Casa de Misericórdia.

Durante as fiscalizações, técnicos e enfermeiros também estão apontando problemas que prejudicam o exercício da profissão. O déficit de profissionais para atender a demanda, o que gera uma consequente sobrecarga de trabalho para quem está atuando, foi uma das situações bastante frisadas pelos técnicos e enfermeiros principalmente na Maternidade Marly Sarney.

De acordo com os profissionais, o setor de pré-parto, que tem capacidade para apenas 12 pacientes, atendia 20 pessoas durante a manhã do mesmo dia da fiscalização. “A maternidade é de alto risco, é uma porta aberta. A demanda é muito grande e às vezes os profissionais não suprem as necessidades desses pacientes. Chegando mais profissionais e tendo mais treinamentos, com certeza a maternidade vai poder ajudar muito mais as gestantes”, ressalta a supervisora de enfermagem da Maternidae Marly Sarney, Nisselany Ferreira.

Os fiscais da operação mantiveram ainda diálogo com técnicos e enfermeiros, colocando-se à disposição para esclarecimentos, postura que foi aprovada pelos trabalhadores da Enfermagem. “Acredito que ir para dentro das unidades, estar junto, conhecer as dificuldades do profissional vai ajudar muito. Acho que o caminho para melhorar é esse, saber o que estamos passando nas unidades e intervir”, afirma Nisselany Ferreira.

Após a finalização dos relatórios das fiscalizações, providências serão tomadas para que as irregularidades sejam sanadas. De acordo com o Dr. Walkirio Almeida, conselheiro federal e coordenador da Câmara Técnica de Fiscalização do Cofen, o Ministério Público poderá ser acionado ou os próprios conselhos da classe poderão recorrer a uma Ação Civil Pública Direta.

 

Saiba mais

Além das irregularidades relacionadas ao exercício da profissão, os fiscais observaram problemas relativos a questões trabalhistas e de vigilância. Uma dessas situações ocorre na enfermaria de alto risco da Maternidade Marly Sarney. Não há espaço para repouso e banheiros para os técnicos de enfermagem e enfermeiros.

Uma sala de ultrassom do setor, que é também onde ficam guardados objetos pessoais e material de almoxarifado, é o local que os profissionais dessa enfermaria podem fazer os repousos em um colchão colocado no chão. Para usar o banheiro, é preciso buscar outro setor do hospital. Além disso, também foram identificados casos de medicamentos vencidos na sala de pré-parto da maternidade e centro cirúrgico da maternidade. Essas questões serão encaminhadas aos órgãos responsáveis.

 

 

Unidades de saúde vistoriadas durante a operação

  1. Hospital Presidente Vargas
  2. Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Matos
  3. Hospital de Referência Estadual de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira
  4. Maternidade Maria do Amparo
  5. Pronto Socorro Anil
  6. Hospital da Mulher
  7. Hospital Municipal Djalma Marques
  8. Hospital Aquiles Lisboa
  9. Santa Casa de Misericórdia
  10. Hospital Universitário (unidades Presidente Dutra e Materno Infantil)
  11. Maternidade Marly Sarney
  12. Maternidade Benedito Leite
  13. Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho
  14. Hospital São Luiz
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