Uso de chá com remédio exige cautela

Pessoas que tomam remédios e que têm o hábito de consumir chás devem ficar atentas, pois pode ocorrer interação medicamentosa, com consequências danosas para a saúde. O alerta é do curso de Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que orienta as pessoas a conversarem com o seu médico sobre o assunto.

20.09.2010

Pessoas que tomam remédios e que têm o hábito de consumir chás devem ficar atentas, pois pode ocorrer interação medicamentosa, com consequências danosas para a saúde. O alerta é do curso de Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que orienta as pessoas a conversarem com o seu médico sobre o assunto.

Consumidos largamente pela população, os chás podem ter efeitos positivos sobre a saúde. Mas se não forem usados corretamente, podem acarretar problemas. Isso ocorre, principalmente, quando tomados concomitantemente com os remédios tradicionais. De acordo com a professora Chana de Medeiros da Silva, do curso de Farmácia da Unisc, a interação medicamentosa pode provocar o aumento, a diminuição ou a anulação do efeito dos remédios. Por isso, quem faz uso de fitoterápicos deve manter o seu médico informado.

Chana coordena o projeto de extensão denominado Fitopharma, que começou em 2007 junto ao posto de saúde do Bairro Margarida/Aurora, em Santa Cruz do Sul. Desde então, os estudantes de Farmácia, com orientação dos professores, têm desenvolvido estudos sobre as plantas mais usadas. Todas têm princípios ativos comprovados, mas é preciso que a população saiba usá-las corretamente.

EFEITOS

Os estudos mostram os efeitos dos chás. A camomila, por exemplo, tem propriedades digestivas, sedativas, anti-inflamatórias e analgésicas. No entanto, em doses elevadas, pode provocar paralisia dos músculos lisos do aparelho digestivo, útero e bexiga. Além disso, potencializa os efeitos dos anticoagulantes orais, reduz a absorção de vários medicamentos e causa hemorragia. É um chá que não deve ser usado por mulheres grávidas.

O projeto Fitopharma elaborou uma cartilha com informações sobre as 20 ervas mais comuns usadas pela comunidade. Informações adicionais podem ser obtidas junto ao curso de Farmácia, no bloco 35 do campus da Unisc.

Interações medicamentosas Alcachofra: tomado junto com diuréticos (furosemida e hidroclorotiazida) aumenta o risco de perda de potássio.

Alcachofra: tomado com remédios para reduzir a pressão sanguínea (anti-hipertensivos) aumenta o efeito do medicamento.

Boldo com anti-hipertensivos: aumenta a ação do medicamento (a pressão ficará mais baixa do que o esperado).

Chá-verde com anti-hipertensivos: pode provocar efeito contrário, elevando a pressão do usuário.

Erva-de-São-João com antidepressivo (paroxetina): pode ocasionar intoxicação, sedação e depressão do sistema nervoso central.

Funcho: potencializa o efeito do antibiótico ciprofloxacina.

Guaco com anticoagulantes (fármaco usado para evitar a formação de coágulos no sangue): pode provocar acidentes hemorrágicos.

Cidreira com sedativo (pentobarbital): potencializa o efeito do medicamento. Não é recomendado para hipotensos (pressão baixa).

Carqueja: potencializa o efeito do lítio (usado em medicamentos que controlam a depressão).

Cáscara-sagrada: usado para emagrecer. O uso prolongado causa alterações no funcionamento do intestino e pode provocar sangramentos e fissuras anais.

Erva-mate tem contraindicações

O consumo de erva-mate, bebida típica do Rio Grande do Sul, tem contraindicações. Ela conta com substâncias estimulantes e, por isso, pessoas que sofrem de hipertensão, taquicardia e disritmia devem controlar o uso do chimarrão.

Conforme Chana, a erva-mate também pode interagir com medicamentos. A pessoa que estiver tomando anti-hipertensivo à base de atelonol vai sofrer aumento da pressão. Se usar depressores (calmantes) à base de lorazepam, clonazepam ou bromazepam poderá anular os efeitos do produto.

Quanto ao hábito de colocar chás no chimarrão, destaca que deve ser avaliada a possibilidade de interação e eventuais efeitos colaterais. Para quem faz questão de usar, o mais adequado é o rodízio entre as ervas, pois não é recomendado a utilização da mesma planta por mais de quatro semanas.

Médico

Sempre que a pessoa consultar e tiver que tomar remédios, a professora da Unisc recomenda que fale ao médico sobre ervas que possa estar consumindo. Às vezes, um chá pode anular ou potencializar os efeitos do fármaco , reforça Chana.

Também destaca que os chás ou fitoterápicos não devem ser utilizados ao mesmo tempo com medicamentos. Procure tomar seu remédio uma hora antes ou duas horas após a ingestão de plantas ou fitoterápicos.

A professora frisa que os estudos não recomendam o uso de chás por crianças. Mas como muitas pessoas oferecem o produto aos pequenos, diz que deve ser preparado com pouca planta, para que fique fraco.

Também deve haver cuidado com os idosos. Como normalmente eles tomam remédios, é preciso observar os riscos da interação medicamentosa.

Fonte: Gazeta do Sul

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