Cuidado com pacientes queimados é tema de entrevista do Coren-BA

Muito recorrente em período de festejos juninos, enfermeira dá dicas sobre o tratamento de queimaduras

22.06.2018

Enfermeira Moelisa Queiroz fala sobre o tratamento de queimaduras

Em época de festejos juninos é comum que as equipes de Enfermagem atendam uma quantidade maior de pacientes vítimas de acidentes com fogos de artifício. Por isso, o núcleo de comunicação do Coren-BA fez uma entrevista com a enfermeira Moelisa Queiroz, coordenadora do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado (HGE), localizado em Salvador, para buscar as principais informações sobre o tratamento de queimaduras.

Para a enfermeira, realizar o cálculo da superfície corporal com precisão é um dos pontos fundamentais para o início do tratamento, pois é a partir do percentual identificado que será definido o tipo de cuidado a ser feito, a quantidade de hidratação que o paciente terá que receber para repor os líquidos do corpo e se será necessária à transferência para uma unidade de tratamento especializada. Uma regra prática para avaliar a extensão das queimaduras pequenas ou localizadas, é compará-las com a superfície da palma da mão do acidentado, que corresponde aproximadamente a 1% da superfície corporal.

Reconhecer a profundidade da queimadura determina como o atendimento será direcionado. As queimaduras identificadas no período junino geralmente são de segundo grau superficial, com menor frequência aparecem pacientes com lesões mais graves. Em casos de queimaduras com bolhas, a conduta é individualizada, deve ser considerado o tempo de lesão, extensão da queimadura e disponibilidade de recursos da unidade. A hidratação do paciente é de fundamental importância no tratamento. Quando a lesão ocorre, é comum que o paciente tenha a perda de grande volume de líquidos corporais. Se a hidratação não for reposta de forma adequada, o paciente pode chegar a ter um comprometimento da função dos rins e precisar de hemodiálise.

Em relação à limpeza da ferida, água corrente é fundamental para o tratamento inicial com a posterior utilização de curativos específicos que devem ser, preferencialmente, aqueles que sejam não aderentes, que reduzam o número de trocas e a dor do paciente. A utilização de escalas de monitoramento da dor define o uso dos analgésicos e outros produtos que serão utilizados diretamente na queimadura. Geralmente o paciente é questionado numa escala de 0 a 10, o quanto a sua dor pode ser definida em números. Mas, existem pacientes que não entendem essa escala, por isso é importante também reconhecer a dor pela expressão facial.

Depois do tratamento realizado em ambulatório ou unidade especializada, o enfermeiro não pode esquecer-se de orientar o paciente a consulta de revisão para o acompanhamento adequado do comportamento da lesão.

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