Enfermeira coordena enfrentamento ao sarampo e à pólio no Espírito Santo

Queda da cobertura vacinal no Brasil preocupa especialistas; Espírito Santo tem destaque pela alcance da vacinação

09.08.2018

O Espírito Santo tem sido destaque em cobertura vacinal no Brasil. Exemplos mais recentes ocorreram em 2016, na imunização contra a gripe H1N1, e em 2017, no enfrentamento à febre amarela, quando houve vacinação em massa da população capixaba. Como consequência, nenhuma morte por febre amarela foi registrada no Espírito Santo em 2018 e o estado se tornou referência nacional no enfrentamento à doença.

“Os profissionais de enfermagem tiveram um papel fundamental nesses resultados”, afirma a enfermeira Danielle Grillo Pacheco Lyra, que há cinco anos coordena o Programa Estadual de Imunizações e Imunopreveníveis da Secretaria de Estado da Saúde.

Danielle lembra que os técnicos e os enfermeiros estão na linha de frente do atendimento e devem se apropriar das salas de vacinas, conforme prevê o Ministério da Saúde. “A vacinação é um ato de cuidar, um ato de amor. É a cara da enfermagem.”

Cobertura – Embora o Espírito Santo esteja no topo do ranking quando o assunto é imunização, a cobertura vacinal contra sarampo e poliomielite está abaixo do índice de 95% preconizado pela Organização Mundial da Saúde. Danielle apontou três fatores principais que podem ter contribuído para a diminuição da cobertura vacinal.

Um deles é a falsa sensação de segurança. Boa parte da população não conheceu o sarampo e a pólio. Não viu de perto o quanto essas doenças são devastadoras. Por um lado isso é positivo e comprova que a imunização obteve completo êxito. No entanto, a ausência do vírus reduziu a preocupação das pessoas, que deixaram de vacinar os filhos. Agora, será preciso convencer novamente os pais de que a verdadeira segurança é a vacinação.

O segundo fator é a qualificação dos dados da vacinação. O sistema que era numérico (registrava apenas o quantitativo de pessoas imunizadas) passou para nominal. Agora são inseridas informações completas da criança, ou do adulto, como idade, filiação, endereço, com o objetivo de possibilitar uma busca ativa no caso de a pessoa não retornar para a segunda dose da vacina, por exemplo.

As notícias falsas, chamadas fake news, são outro fator prejudicial à prevenção de doenças. Por má intenção ou desconhecimento, informações equivocadas circulam pela internet e desestimulam as pessoas de levar os filhos para vacinar.

Perigo – A poliomielite e o sarampo foram considerados erradicados no Brasil, justamente pelo sucesso da imunização. Infelizmente, surtos de sarampo foram confirmados no Amazonas e em Roraima. Outros quatro estados também registraram casos da doença: São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro. Já o vírus da pólio ainda circula em 23 países, sendo um deles a Venezuela, aqui na América do Sul.

Desafio – Depois do sucesso da vacinação contra a gripe H1N1 e a febre amarela, o desafio deste ano é impedir a volta do sarampo e da poliomielite, doenças infecciosas que podem levar à morte ou causar sequelas graves e irreversíveis.

A principal arma nessa luta é a vacinação. Por isso, durante todo este mês de agosto, acontece a campanha nacional de imunização contra o sarampo e a pólio. Toda criança com idade entre 1 ano e cinco anos incompletos deve ser levada a uma unidade de saúde para receber as vacinas, mesmo que já tenha sido imunizada.

E mais uma vez, Danielle ressalta a importância dos profissionais de enfermagem. “Cuidar é o que sabemos fazer de melhor. Dentro ou fora das salas de vacina, tenho certeza de que todos, auxiliares de enfermagem, técnicos e enfermeiros estão sensibilizados e determinados a impedir que o sarampo e a pólio voltem a vitimar nossas crianças”, concluiu.

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