Operário, técnico de de enfermagem e faxineiro correm mais risco de acidentes

Os dados são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso

07.05.2019

Segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, Mato Grosso registrou 70.814 acidentes de trabalho entre os anos de 2012 e 2018. O Estado figurou no 11º lugar do ranking dos entes federativos que mais registraram ocorrências. Aqui, as lesões mais frequentes são fratura (17.560), cortes (15.356), contusão (8.215), escoriação (5.747) e distensão ou torções (5.141).

O alimentador da linha de produção, técnico de enfermagem e faxineiro são as três profissões no top do ranking. Respectivamente, a quantidade de ocorrências foi de 192.248, 174.251 e 109.891, entre os anos de 2012 e 2018, em todo o país. Veja o ranking das profissões e dos tipos de ocorrências (que possuem dados específicos por Estado) no infográfico abaixo.

Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren), Antonio Cesar Ribeiro, a natureza da profissão faz com que os profissionais fiquem expostos a inúmeros tipos de riscos. A profissão lida com substâncias, fluídos, secreções do corpo humano, além da exposição a agentes químicos e físicos, como manipular equipamentos e carregar pacientes.

Antonio também cita que os técnicos e os auxiliares de enfermagem se expõem mais do que os próprios enfermeiros, já que os últimos atuam mais no planejamento.

“É muito raro você ver o profissional fazendo curativo e punção de veia com óculos de proteção. Qualquer respingo no sistema ocular é uma porta de entrada para contaminação. Essas coisas fazem parte da natureza do nosso trabalho que nos expõem a esses cinco tipos de risco – biológico, físico, químico, ergonômicos e de acidentes”, destaca.

Na indústria, os riscos são para quem trabalha nas alturas, com equipamentos cortantes, movimentações de cargas e entre outros. Segundo o engenheiro de segurança do trabalho do Serviço Social da Indústria (Sesi), Paulo Camacho, as empresas devem se preocupar com gestão de saúde e segurança no trabalho “para evitar esses acidentes e exposições além do limite de tolerância”.

Paulo cita que a empresa, antes de fornecer equipamentos de segurança e instruir os empregados sobre segurança no trabalho, precisa tomar uma medida administrativa para eliminar o risco onde o trabalhador vai atuar.

“Após essa medida, posso verificar a possibilidade de uso de equipamento de proteção coletiva para ver se consigo controlar o risco. E, por último, entregar o equipamento de proteção individual para diminuir a intensidade do risco do trabalhador”, completa.

Os acidentes geram um impacto significativo na economia. Afastados, os trabalhadores recorrem à previdência para continuar a receber uma renda, enquanto se recuperam da lesão. De 2012 a 2018, foram 37.676 auxílios-doença concedidas por acidentes de trabalho. O impacto financeiro é de mais de R$ 334 milhões para os cofres do INSS.

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