Em plenária descentralizada, Coren-PR debate EAD na formação da Enfermagem

Encontro reuniu conselheiros, gestores, professores, profissionais da assistência e estudantes da Enfermagem

10.05.2019

Plenária aconteceu nesta quinta-feira (9)

O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) realizou nesta quinta-feira (9), em Cascavel, região oeste do Paraná, a plenária descentralizada da autarquia, que teve como tema o Ensino a Distância na área da Enfermagem. O encontro, que faz parte da programação da Semana Integrada de Enfermagem do Estado, reuniu conselheiros, gestores, professores, profissionais da assistência e estudantes da Enfermagem.

Para a presidente do Coren-PR, Simone Peruzzo, a categoria deve aproveitar todas as oportunidades para debater a formação profissional da Enfermagem, que deve ter como premissa a qualidade do cuidado. Para reforçar o debate sobre o tema, o evento contou com a participação da enfermeira Rosali Isabel Barduchi Ohl, membro da Comissão MEC-Cofen e professora da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp.

Encontro reuniu professores, estudantes e profissionais da área

Rosali trouxe números atualizados da Enfermagem no Brasil e no Paraná e a realidade da oferta de cursos de graduação presenciais e a distância, tanto públicos quanto privados. Ela fez questão de ressaltar que o sistema Cofen/Coren não é contra a ferramenta EAD como estratégia didática, mas que essa ferramenta não é adequada para a formação da Enfermagem. “O cuidado de Enfermagem é essencialmente relacional e isso não se aprende atrás de um computador. Os polos das escolas EAD não garantem a qualidade exigida ao atendimento da saúde da população e não atendem às condições legais da graduação da área”, reforçou a enfermeira.

PRÁTICA – Um dos pontos mais debatidos no encontro foi a necessidade de que o estudante da área inicie as experiências práticas desde o começo da formação e não apenas no período de estágio.

O secretário municipal de Saúde de Cascavel, enfermeiro Rubens Griep, destacou a característica de grande parte da categoria em se envolver no processo do educar, como professor ou mesmo na orientação do paciente, da família e até a outros membros da equipe de saúde. “Um aprendiz não consegue desenvolver habilidades especiais do cuidado através de um computador. É evidente que a formação de enfermeiros não pode ser feita à distância”, disse o secretário.

O gerente de enfermagem do SAMU Cascavel, Carlos Augusto Pereira, relatou a sua trajetória de formação e destacou que mesmo tendo feito o curso presencial e com atividades práticas desde o início da faculdade não sentia segurança para o exercício profissional. “Precisei intensificar meus estudos para me sentir seguro em atuar na urgência e emergência. Essa simplificação e banalização da educação não preparam ninguém para a prática profissional e para a responsabilidade que a Enfermagem exige”, alega.

LUTAS – A presidente Simone agradeceu a oportunidade de discutir o tema dentro de uma universidade pública que tem história na formação de profissionais de Enfermagem qualificados, a Unioeste.

Simone lembrou que é tempo de conferências de Saúde, estadual e nacional, e que as lutas da Enfermagem devem ser levadas a essas instâncias de pactuação. “O adequado atendimento ao usuário livre de riscos depende também das condições oferecidas pelo ambiente de trabalho. As lutas da Enfermagem (não à EAD na formação da enfermagem, lei do descanso digno, exame de proficiência e piso salarial digno) traduzem a necessidade do reconhecimento pela sociedade da natureza e especificidade da categoria. Precisamos marcar presença no fortalecimento no SUS ”, finalizou.

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