Enfermeiros da 1ª turma do mestrado profissional do Cofen defendem trabalhos

Entre os dias 8 e 9 de maio, os alunos defenderam suas dissertações de mestrado durante a 6ª Jornada Internacional de Enfermagem

04.06.2019

Alunos do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil

Alunos do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana, selecionados no primeiro edital do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), defenderam, nos dias 08 e 09 de maio, suas dissertações de mestrado durante a 6ª Jornada Internacional de Enfermagem, no campus da Universidade, em Santa Maria/RS. Eles fazem parte da primeira turma do acordo, em nível nacional, a concluírem a pós-graduação Stricto Sensu.

Com foco na Sistematização da Assistência e na Implementação do Processo de Enfermagem (SAE), regulamentada pelo Cofen como um método científico de responsabilidade dos enfermeiros, o programa vai formar 500 enfermeiros ao longo de cinco anos. A SAE organiza o trabalho dos profissionais e direciona as intervenções de Enfermagem, integrando sua atuação aos demais profissionais da equipe multiprofissional.

O programa busca reduzir o descompasso entre a mão de obra qualificada já existente e as necessidades da Saúde Coletiva, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS). Voltado para enfermeiros com vínculo empregatício na rede de Saúde municipal, estadual e federal, e nas instituições privadas e filantrópicas que prestem serviços ao SUS, o programa tem foco na Sistematização da Assistência e na Implementação do Processo de Enfermagem.

Programa vai formar 500 enfermeiros ao longo de cinco anos

“O mestrado foi um processo de reconstrução e transformação pessoal por conta das provocações geradas, como a necessidade da criação do hábito de estudo, tempo de dedicação às aulas e às atividades inerentes ao mestrado. Esses desafios trouxeram um amadurecimento e uma visão mais reflexiva e crítica”, avalia a aluna Aline Correa.

A profissional Caroline Araújo acredita na importância do reconhecimento do esforço para transformação dos processos de trabalho que vem sendo realizado notoriamente pelo Cofen, visando à qualificação dos profissionais de saúde e, consequentemente, à assistência prestada aos usuários do país. “Sinto-me extremamente incentivada e determinada a realizar uma mudança em que atuo. Entender onde precisamos mudar e de qual forma a faremos vem plenamente ao encontro da proposta dos Mestrados Profissionais”, considera.

Confira as pesquisas e produtos realizados pelos mestrandos

Aline Correa – Orientada pela docente Dirce Backes, a aluna criou um instrumento de histórico de enfermagem, em formato de formulário, implementado na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria. Essa coleta de dados caracteriza a primeira etapa do processo de enfermagem, que é o levantamento de todas as informações necessárias à primeira consulta. Ela identificou que os enfermeiros da UTI Pediátrica possuíam conhecimento teórico-metodológico limitado sobre a SAE e, por isso, realizou ações estratégicas visando aprofundar teoricamente as etapas do processo de enfermagem no local. Trabalhou individualmente a SAE, em turnos de trabalho, nas passagens de plantão e também nas discussões dos grupos focais. E como resultado desse processo, as etapas da SAE já são compreendidas e internalizadas pela equipe de enfermagem do local. Sua banca teve a participação da conselheira federal Heloisa Helena da Silva.

Aline Segabinazi – Orientada pela professora Mara Regina Marchiori, criou um roteiro de diagnósticos e intervenções de enfermagem a partir da Classificação Internacional para as Práticas de Enfermagem (CIPE®) para as consultas de no acompanhamento neonatal, aplicado na Unidade de Estratégia Saúde da Família. Durante sua pesquisa, ela evidenciou que os profissionais da rede de atenção primária do município possuíam muitas dúvidas a respeito da SAE, então decidiu criar uma Comissão de Sistematização da Assistência de Enfermagem, protagonizada pelas enfermeiras do município de Santa Maria. Como resultado desse processo, foi construído um roteiro de enunciados de diagnósticos e intervenções de enfermagem a partir da CIPE®.

Fabiele Maurer – Orientada pela professora Cláudia Zamberlan, elaborou um instrumento com as etapas do Processo de Enfermagem para uma Maternidade de Risco Habitual, aplicado na Maternidade do Hospital Casa de Saúde. A pesquisa realizou um histórico de enfermagem com os principais diagnósticos da maternidade e suas intervenções. Através de um grupo focal constituído pelas enfermeiras atuantes da maternidade e as residentes em enfermagem obstétrica, o processo resultou em uma ferramenta de histórico que, de acordo com a autora, é simples, concisa, e passível de ser aplicada. “É gratificante ver a evolução que estamos implementando em nossos ambientes de trabalho. Apesar dos desafios encontrados e dos que ainda virão, isso já resulta em reconhecimento em meu trabalho por parte da equipe, como enfermeira referência na SAE da maternidade, além de me tornar uma profissional mais competente, capaz de respeitar e compreender as atribuições, refletindo na prática qualificada” destaca.

Daniel Tavares – Orientado pela docente Martha Helena de Souza, desenvolveu um instrumento de histórico de enfermagem para o levantamento de todas as informações necessárias a uma primeira consulta, o qual poderá ser utilizado durante as consultas de enfermagem pré-natais. Sua pesquisa foi aplicada em uma Estratégia de Saúde da Família do município de Sinimbu.“O mestrado foi uma grande conquista e representa uma grande realização pessoal. Desde o término da minha graduação eu tinha esse desejo. Porém, considerando minha cidade de atuação e carga horária de trabalho, provavelmente, sem a bolsa, demoraria muito tempo para concretizá-lo. O aprendizado fortaleceu minha credibilidade na instituição através da aproximação com a gestão municipal”, relata Daniel.

Luciana da Rocha – Orientada pela professora Martha Helena de Souza, construiu o Blog da Saúde: Sistematização da Assistência de Enfermagem na consulta de Pré-Natal de baixo risco, enfatizando os principais diagnósticos de enfermagem e intervenções no pré-natal de baixo risco, com o propósito de alcançar, por meio de ferramenta eletrônica, um maior número de enfermeiros possíveis e, com isso, difundir o conhecimento da SAE. A sua pesquisa foi aplicada na Unidade de Estratégia Saúde da Família Lídia.

Viviane Flain – Orientada pela professora Claudia Maria Diaz, construiu um plano terapêutico de cuidado, a ser utilizado nas consultas de pré-natal de alto risco. Sua pesquisa foi realizada no Hospital Universitário de Santa Maria. Segundo ela, a pesquisa resultou no fortalecimento da comunicação entre as equipes multiprofissionais do hospital, bem como na qualificação do atendimento às gestantes de alto risco atendidas no HUSM. O processo estimulou também o autocuidado da gestante e gerou reconhecimento pela equipe de saúde quanto à importância da consulta multiprofissional às gestantes, suas fragilidades e busca constante por melhorias.

Ana Carolina Feldns – Orientada pela professora Mara Regina Marchiori, construiu um catálogo com diagnósticos e intervenções de enfermagem para crianças de primeira infância, baseado na CIPE®. Sua pesquisa foi aplicada na Unidade Básica de Saúde – Sofia Saldanha Silveira, de Nova Esperança do Sul. A pesquisa foi responsável pela atualização, reorganização e criação de protocolos, manuais e regimento interno, no campo de trabalho. Além disso, ela também promoveu a diferenciação entre Processo de Enfermagem e SAE, sendo que estes, até o momento, eram entendidos como conceitos similares. “Tive a oportunidade de conviver com colegas de profissões distintas e com opiniões sob um olhar multiprofissional, o que enriqueceu ainda mais as aulas. Desta forma, o mestrado possibilitou a vivência de um ciclo com diversos sentimentos, desde a desordem de pensamentos, até a organização deles, e a aplicação para o cotidiano, inclusive, causando impacto no local de trabalho e possibilidades de mudanças do cenário, afim de proporcionar uma saúde pública de qualidade e resolutiva”,
considera Ana Carolina.

Caroline Araújo – Orientada pela professora Regina Costenaro, elaborou um protocolo de participação do acompanhante no contexto do nascimento, com a colaboração da equipe multiprofissional do Centro Obstétrico do HUSM. Além disso, desenvolveu um fluxograma de mobilidade do acompanhante no contexto do nascimento de parturientes internadas no HUSM.

Compartilhe

Outros Artigos

Receba nossas novidades! Cadastre-se.


Fale Conosco

 

Conselho Federal de Enfermagem

SCLN Qd. 304, Lote 09, Bl. E, Asa Norte, Brasília – DF

61 3329-5800 | FAX 61 3329-5801


Horário de atendimento ao público

De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

Contato dos Regionais