Pesquisa associa problemas de saúde da Enfermagem e ambiente de trabalho

Entrevistados são técnicos de enfermagem e maioria são mulheres

12.03.2020

Uma dissertação de mestrado que será apresentada nesta quinta-feira (12) na Faculdade de Enfermagem da UFMT (Faen/UFMT) detectou complicações de saúde observadas em técnicos de enfermagem que podem ser associadas às condições de trabalho.

Com o título “Perfil de saúde e qualidade de vida do trabalhador de enfermagem a partir dos 60 anos”, o estudo ouviu 287 técnicos de enfermagem com mais de 60 anos em Cuiabá, constatando que 33% deles apresentavam agravos à saúde como hipertensão, doenças músculo-esqueléticas e lesões por esforço repetitivo (LER/DORT) e 70% têm doenças crônicas.

Obesidade, sedentarismo, limitações físicas, doenças crônicas e ocupacionais, somadas à sobrecarga de trabalho e aos desgastes que esta provoca, são fatores que tendem a piorar a qualidade de saúde dos profissionais.

Desenvolvido pelo enfermeiro João Pedro Neto de Sousa , sob a orientação do professor doutor Antônio César Ribeiro, presidente do Coren-MT, o estudo integra o grupo de pesquisa “Tripalium: Estrutura, Organização e Gestão do trabalho em Saúde e Enfermagem”, do Programa de Pós-graduação em Enfermagem. A apresentação será às 14 horas, na Faen.
Os dados foram coletados no ano passado, sendo 70% dos entrevistados nascidos em Mato Grosso. A maioria deles são mulheres, chefes e família, que, ao longo da carreira, exerceram empregos múltiplos com carga horária semanal de 40 horas.

Segundo Sousa Neto, a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) diz respeito à percepção do indivíduo sobre como está a sua saúde nos aspectos físico, psicológico e social.
“A investigação deste fenômeno torna-se relevante devido às características do ambiente e do próprio trabalho, que podem refletir na saúde do profissional e em sua qualidade de vida relacionada à saúde”, disse ele.

Antônio César Ribeiro destaca a relevância social deste estudo, uma vez que ele fortalece lutas históricas da categoria pela melhoria das condições de trabalho, entre elas a regulamentação da jornada de 30 horas semanais (prevista no PL 2295/2000) e a prática do correto dimensionamento das equipes de enfermagem, visando a redução da sobrecarga de trabalho.

“Esperamos que os resultados possam também sensibilizar o poder público e os legisladores em torno da aprovação dos projetos de lei da enfermagem, diante da importância do papel social exercido por ela”, comentou ele.

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