OPAS/OMS esclarece posição atualizada sobre uso da hidroxicloroquina

Evidências sobre benefícios do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina são insuficientes contra a covid-19 e já foram emitidos alertas sobre efeitos colaterais. Recomendação é que sejam usados apenas no contexto de estudos registrados, aprovados e eticamente aceitáveis.

05.06.2020

Todo país é soberano para decidir sobre seus protocolos clínicos de uso de medicamentos. Embora a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam produtos licenciados para o tratamento de outras doenças – respectivamente, doenças autoimunes e malária –, não há evidência científica até o momento de que esses medicamentos sejam eficazes e seguros no tratamento da COVID-19.

As evidências disponíveis sobre benefícios do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina são insuficientes, a maioria das pesquisas até agora sugere que não há benefício e já foram emitidos alertas sobre efeitos colaterais do medicamento. Por isso, enquanto não haja evidências científicas de melhor qualidade sobre a eficácia e segurança desses medicamentos, a OPAS recomenda que eles sejam usados apenas no contexto de estudos devidamente registrados, aprovados e eticamente aceitáveis.

Há um ensaio clínico (série de pesquisas padronizadas) internacional chamado Estudo Solidariedade, que busca ajudar a encontrar um tratamento eficaz para a COVID-19. Foi lançado pela Organização Mundial da Saúde e parceiros em março de 2020. Com base em evidências científicas de pesquisas laboratoriais, em animais e humanos, foram selecionadas algumas opções de tratamento para análise quanto à eficácia no tratamento da COVID-19. Uma delas foi o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina. As demais opções foram: o uso de Remdesivir; de Lopinavir/Ritonavir; e de Lopinavir/Ritonavir com interferon beta-1a.

Tendo se reunido em 23 de maio de 2020, o Grupo Executivo do Estudo Solidariedade decidiu implementar uma pausa temporária do braço de hidroxicloroquina do estudo, devido a preocupações levantadas sobre a segurança do medicamento. Essa decisão foi tomada como precaução, enquanto os dados de segurança foram revisados pelo Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do Estudo de Solidariedade.

Em 3 de junho de 2020, o diretor-geral da OMS anunciou que, com base nos dados de mortalidade disponíveis, os membros do comitê recomendaram que não havia motivos para modificar o protocolo do estudo. O Grupo Executivo recebeu esta recomendação e endossou a continuação de todos os ramos do Estudo de Solidariedade, incluindo a hidroxicloroquina. O Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados continuará monitorando de perto a segurança de todas as terapêuticas sendo testadas no Estudo de Solidariedade.

A cloroquina e a hidroxicloroquina continuam sendo medicamentos aceitos como geralmente seguros para uso em pacientes com malária ou doenças autoimunes.
Existem outros ensaios em andamento no mundo, além do Estudo Solidariedade.

Confira o documento da OPAS “Atualização contínua da terapêutica potencial COVID-19: resumo de revisões sistemáticas rápidas” para mais detalhes e informações sobre potenciais tratamentos.

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