Comissão de Saúde da OAB visitou três unidades de Fortaleza e encontrou problemas estruturais

Falta de médicos e de medicamentos para controle da pressão arterial e prevenção de câncer de colo de útero, salas pequenas e sem ventilação, ausência de testes biológicos para detectar se equipamentos estão esterilizados, cestos de lixo destampados nas salas de curativos, ausência de recursos e uma população descontente com o atendimento.

16.02.2012

Falta de médicos e de medicamentos para controle da pressão arterial e prevenção de câncer de colo de útero, salas pequenas e sem ventilação, ausência de testes biológicos para detectar se equipamentos estão esterilizados, cestos de lixo destampados nas salas de curativos, ausência de recursos e uma população descontente com o atendimento. Essas foram as primeiras impressões da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE), durante visita realizada, na manhã de ontem, em três unidades básicas de saúde da Capital, localizadas na Secretaria Executiva Regional (SER) IV.

O objetivo é visitar 50 postos de saúde em Fortaleza até o dia 6 de junho, analisando a estrutura física das unidades, equipamentos, manutenção e recursos humanos. Ao final dos trabalhos, a comitiva deve desenvolver um relatório para ser encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE), Conselho Regional de Enfermagem (COREN-CE), Conselho Regional de Medicina (CRM), Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

A primeira unidade de saúde analisada pela comissão foi o Centro de Saúde da Família da Parangaba. Lá, segundo o presidente da Comissão de Saúde da OAB, Ricardo Madeiro, foi detectada a ausência de medicamento para pressão arterial, balão de oxigênio, consultórios pequenos e sem ventilação, e a ausência de validação da esterilização de equipamentos.

De acordo com Madeiro, a unidade só dispunha de duas equipes do Programa de Saúde da Família com dois médicos, o que é insuficiente para a demanda.

Sem médicos

A segunda unidade visitada foi o Centro de Saúde Luiz Albuquerque Mendes, na Serrinha. Assim que a equipe de reportagem chegou ao local, se deparou com a história da promotora de vendas Janaina Xavier. De cabeça baixa, ela saia da unidade se lamentando por não ser atendida.

“Aqui, cada médico atende pela área do bairro, porém, o médico da minha área está de férias e não tem nenhum para substituí-lo, por isso, estou voltando para casa”, diz.

No entanto, a promotora de eventos está passando por uma gravidez de risco e, há meses, tenta fazer exames. Sem conseguir, ela pagou R$ 60, 00 por um deles, mas a enfermeira responsável pelo pré-natal do posto de saúde afirmou que só seria possível analisar o caso com todos os exames clínicos e laboratoriais prontos.

Os problemas do Centro de Saúde Luiz Albuquerque Mendes, não param por aí. Segundo Adailson Vieira, fiscal do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), a esterilização dos equipamentos está precária.

Além da ausência do teste biológico que certifica que o instrumento está adequado para o uso clínico, a esterilização é feita em uma sala sem climatização e ao lado da cozinha da unidade, o que acaba aumentando as chances de bactérias.

A última unidade visitada foi o Centro de Saúde Sol Nascente no Itaperi. Nesta, a comissão encontrou uma realidade um pouco diferente dos dois primeiros. Com um estrutura ampla e ventilada, o posto de saúde dispunha de salas de fisioterapia, consultório odontológico e salas de esperas bem equipadas.

No entanto, a área de recursos humanos apresenta um déficit de pessoal, pois, das cinco equipes, apenas quatro estavam completas, ou seja, uma delas não tinha médico. Além disso, alguns medicamentos estavam faltando na farmácia.

“O objetivo é mostrar para a sociedade e para os órgãos públicos a situação real das unidades de saúde. Somente assim, podemos esperar providências necessárias”, diz Madeiro.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que reconhece o papel da Comissão de Saúde da OAB-CE como agente fiscalizador da sociedade civil. O órgão pretende acompanhar o trabalho e aguardar a conclusão do relatório final das visitas, para pronunciamento oficial sobre as questões levantadas.

A SMS destaca que a atual gestão promove investimentos na área de Atenção Básica, como a implementação do terceiro turno, hoje com 39 postos de saúde, além da abertura de 18 unidades nos fins de semana e o aumento do número de equipes do Programa de Saúde da Família.

Fonte:
Diáriodo Nordeste

Compartilhe

Receba nossas novidades! Cadastre-se.


Fale Conosco

 

Conselho Federal de Enfermagem

SCLN Qd. 304, Lote 09, Bl. E, Asa Norte, Brasília – DF

61 3329-5800 | FAX 61 3329-5801


Horário de atendimento ao público

De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

Contato dos Regionais