Agressões contra profissionais de Enfermagem se repetem no DF

Falta segurança e agressores seguem impunes

16.05.2022

Violência contra profissionais de Enfermagem têm se repetido no DF

O técnico em Enfermagem Fúlvio Fernando da Silva, de 36 anos, foi agredido na madrugada deste domingo (15/5), no Hospital Regional de Planaltina (HRPL), enquanto tentava realizar a triagem de uma paciente que chegou à emergência da unidade. O acompanhante alegou que a mulher estava morrendo, impediu a triagem, ofendeu o servidor com com palavras homofóbicas, machucou o seu braço e desferiu um soco no profissional.

Fúlvio conta que colocou a paciente na maca para verificar os sinais vitais e que todos os índices estavam dentro de limites aceitáveis. Entretanto, o agressor descontrolado alegava que a mulher estava morrendo. Embora o profissional tentasse exaustivamente explicar que se tratava de um procedimento padrão e que a situação estava sob controle, ele se exautava ainda mais. Como estava fora de controle, Fulvio pediu que o acompanhante deixasse a sala de triagem. Primeiramente, ele se recusou a sair, mas depois deixou o local. Depois de um tempo, voltou e o agrediu com um soco e puxões no braço.

A ocorrência de lesão corporal e injúria foi registrada na 16ª Delegacia de Polícia de Planaltina. O técnico em Enfermagem passou por exame de corpo de delito. Ele teve contusão e luxação no braço esquerdo.

Casos de violência contra profissionais de Enfermagem em unidades públicas de saúde têm se repetido no DF. “Falta segurança e sistemas de monitoramento. Os profissionais estão expostos e os agressores estão à vontade. O governo precisa apresentar um plano de segurança urgentemente, pois como estamos não podemos continuar. Todos os meses, estamos registrando casos de agressões físicas contra colegas de profissão. Isso é um absurdo, é inaceitável, não pode continuar acontecendo”, afirma o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Elissandro Noronha.

No dia 6 de maio, um paciente agrediu fisicamente uma técnica em Enfermagem e dois agentes comunitários de saúde na UBS 01 de São Sebastião, pois não quis esperar o atendimento. Saiu tranquilamente do local, como se nada tivesse acontecido.

No dia 21 de março, a enfermeira Maria do Livramento, da UBS 5 de Taguatinga, foi covardemente agredida por um homem que entrou na unidade e exigiu que ela desse a ele a receita de um psicotrópico. Após informá-lo que para obter a receita ele deveria passar por uma consulta médica, o sujeito se revoltou. “Ele bateu as duas mãos na mesa e disse: ‘Você sabe o que acontece com uma pessoa que está com abstinência?’ Eu perguntei: Você vai me bater? Ele então disse: ‘Não seja por isso, vou chamar minha mulher lá fora e ela vai te quebrar todinha'”, conta a enfermeira.

A mulher chegou, tirou a sandália e começou a agredi-la. “Ela deu um tapa tão grande na minha cara, que sangrou meu nariz e meu óculos voou longe”, conta a enfermeira. A profissional ficou ainda com arranhões na região das mãos. Ela foi encaminhada para o Instituto de Medicina Legal (IML) para exame de corpo de delito. Para piorar a situação, o homem se identificou como advogado e tentou intimidá-la, dizendo que “sabia dos direitos dele”. No entanto, o nome dele não aparece no cadastro de advogados da OAB. O caso é investigado pela 12ª Delegacia de Polícia.

No dia 4 de janeiro, a enfermeira Ana Caroline levou um soco da acompanhante de uma paciente, enquanto atuava na classificação de risco da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. A usuária ficou irritada com a falta de um médico para lhe atender. “A paciente idosa entrou na sala acompanhada da filha. Perguntei o que a paciente estava sentindo, relatei no prontuário e verifiquei os sinais vitais, que se mostravam estáveis. A classificação da paciente permaneceu laranjada e orientei que o atendimento permaneceria restrito, uma vez que não havia médico no momento para o atendimento da porta, tampouco previsão de atendimento. Logo, a filha da paciente começou a gritar, dizendo que se fosse um familiar meu, eu estaria atendendo. Falei para a acompanhante que estava apenas fazendo meu trabalho, minha parte, que era avaliar e fazer a classificação. Virei para jogar uma lanceta no descarpac e, quando voltei a frente, fui recebida com um soco no rosto, dado pela acompanhante, que disse: ‘isso que você merece’”, relata. Ana Caroline acionou a polícia, registrou ocorrência e fez exame de corpo e delito.

“Enquanto não houver segurança nas unidades de saúde esses casos vão continuar se repetindo. Portanto, apelamos às autoridades para que apresentem um plano de segurança para proteger os profissionais de saúde do DF”, finaliza o presidente do Coren-DF.

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