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Câmara Técnica do Coren-MT debate fortalecimento da Enfermagem obstétrica

Atuação e fortalecimento da Enfermagem obstétrica e neonatal foi o centro das discussões

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14.11.2018

A atuação e o fortalecimento da Enfermagem obstétrica e neonatal no Estado de Mato Grosso estiveram no centro das discussões durante o seminário “Enfermagem e Enfermagem obstétrica: perspectivas para o Estado de Mato Grosso”, promovido na última terça (13), pelo Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) e pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O evento reuniu enfermeiros obstetras, responsáveis técnicos de serviços de Saúde, gestores públicos e acadêmicos no auditório do Hospital Júlio Muller, em Cuiabá.

A data marcou a apresentação oficial da Câmara Técnica de Saúde da Mulher do Coren-MT e a posse provisória da diretoria da Associação Brasileira de Enfermagem Obstétrica em Mato Grosso (ABENFO-MT), fomentando o debate em torno de uma rede voltada às políticas públicas e iniciativas existentes atualmente no estado, no campo da gestão, da prática e do ensino.

Entre elas, estão o programa Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On), a Rede Cegonha (programa do governo federal voltado à redução da mortalidade infantil, que estabelece medidas para o atendimento de qualidade, seguro e humanizado no Sistema Único de Saúde e os cursos de residência em Enfermagem obstétrica.

A relação entre a mortalidade infantil e materna e os cuidados de Enfermagem, a formação dos profissionais e o atendimento às demandas específicas das mulheres (tais como as questões sociais das pacientes negras, por exemplo) foram alguns dos temas debatidos. Atualmente, no país, apenas 15% dos partos são assistidos por enfermeiro.

“Não podemos mais trabalhar isoladamente, nem ficar distantes do movimento de mulheres. Precisamos escutá-las para que possamos de fato propor um cuidado que vá ao encontro do protagonismo das mulheres brasileiras”, comentou o coordenador da Comissão Nacional de Saúde da Mulher do Cofen, Herdy Alves, que esteve presente juntamente com a representante da comissão, Elisanete Carvalho.

“Isso significa avanço tanto para a Saúde da mulher quanto para a Enfermagem, que trazem o fortalecimento da profissão e da assistência”, opinou a representante do segmento acadêmico, Luana Arruda, estudante de pós-graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A nutricionista Cláudia Moreno, que articula a discussão sobre Saúde da mulher na Secretaria de Estado de Saúde, lembrou sua trajetória pessoal de participação no processo de adesão de unidades de saúde da Baixada Cuiabana à Rede Cegonha, que começou em 2012, entre outras estratégias. “Apesar de a rede não ter se expandido para o estado, conseguimos a adesão na Atenção Básica, o que eu vejo como um avanço muito grande, que nos move a continuar lutando por este trabalho conjunto e pelo fortalecimento da classe”.

A presidente da CTSM, enfermeira Renata Teixeira, que desde 2012 atua na área da Saúde da mulher e também integra o programa Ápice On, apresentou as diretrizes do programa, traçando um panorama geral das políticas públicas voltadas à qualificação da assistência ao parto e nascimento. “Em todas estas políticas públicas mais recentes e resoluções da OMS, o enfermeiro obstetra tem sido colocado como um eixo-chave para a mudança”, salientou.

Também estiveram em debate as estratégias para a rede de atenção à Saúde, a interface da formação e serviço no campo obstétrico, o registro dos profissionais junto ao Coren-MT e a consulta de enfermagem ginecológica com a inserção do Dispositivo Intra uterino (DIU), entre outros temas.

“O Coren e o Cofen têm tido a Saúde da mulher como o carro-chefe do nosso trabalho e essa ação é uma das que queremos desenvolver neste período que estaremos à frente do conselho”, disse o conselheiro André Luis da Silva.