Capacitação de enfermeiros amplia assistência à Saúde da Mulher no Amapá


03.10.2023

Parceria entre Conselho Regional de Enfermagem do Amapá (Coren-AP), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Secretaria de Saúde Municipal de Macapá e Secretaria de Saúde Municipal de Santana está capacitando enfermeiros em “Consulta Ginecológica e Saúde Sexual e Reprodutiva com ênfase na inserção do DIU”. Os seis profissionais, que atuarão como multiplicadores nos municípios de Santana e Macapá, participaram de formação de 18 a 27 de setembro, e irão realizar etapa de revisão em outubro.

“A escuta atenta e o acolhimento integral são a base da consulta de Enfermagem. Mais do que a inserção do DIU, buscamos capacitar os profissionais para o acolhimento e entendimento das necessidades da mulher. Testes rápidos, coleta do citopatológico, contracepção e encaminhamentos são parte de um único processo, que pode incluir ou não a inserção do dispositivo intrauterino (DIU), mais eficaz dos contraceptivos reversíveis”, afirma a coordenadora da Comissão Nacional de Saúde da Mulher, Dannyelly Costa.

Após etapa de simulação, profissionais vão realizar inserções de DIU assistidas como parte da capacitação

“Avançar com a capacitação de Consulta de Enfermagem ginecológica e inserção de DIU de cobre na Região Norte é contribuir diretamente na redução da mortalidade materna e infantil, alem de garantir direitos a homens, mulheres e famílias”, avalia Dannyelly, que prestigiou a abertura do curso, no dia 18.

“Esta parceria é muito importante porque contribui na qualificação dos profissionais enfermeiros e amplia a assistência com qualidade a mulheres com dificuldade de acesso a métodos contraceptivos no SUS”, reforça presidente do Coren-AP, Emília Pimentel.

Direitos reprodutivos – A consulta de Enfermagem na área da saúde sexual e reprodutiva, com foco no planejamento reprodutivo, tem amparo na Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, no inciso II do Art. 8º do Decreto 94.406/1987, que regulamenta a Lei 7.498/1986. A nota técnica 31/2023 do Ministério da Saúde orienta a inserção do DIU por enfermeiros e médicos.

Dados do Ministério da Saúde apontam que os enfermeiros são responsáveis pela expansão do acesso ao DIU, tendo realizado 61% das inserções na Região Norte, 43,6% na Região Nordeste e mais de um terço das inserções na Região Centro-Oeste em 2022. Mas o acesso ao DIU ainda é baixo, com apenas 4 em cada 100 brasileiras em idade fértil e sexualmente ativas utilizando esse método contraceptivo.

A ampliação do acesso é apoiada pelo Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA/ONU), que também oferece capacitação para enfermeiros. Os contraceptivos de alta eficácia e longa duração, como o DIU e os implantes, apresentam taxas de falha inferiores a 1%, enquanto métodos mais comumente utilizados, como pílulas, injeções ou preservativos, possuem taxas de falha de 8% a 12%.

Fonte: Ascom Cofen e Coren-AP

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