Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS, aponta CBR

Santa Catarina lidera com cerca de 17 mil mulheres aguardando o exame, seguida por São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil)

31.10.2024

Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasil. (Imagem: SISREG/Ministério da Saúde)

Dados divulgados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), nesta quinta-feira (31) mostram que, até junho deste ano, 77.243 mulheres brasileiras estavam na fila de espera por uma mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS). Santa Catarina lidera com cerca de 17 mil mulheres aguardando o exame, seguida por São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil), estados que juntos concentram 56% da demanda nacional.

Em alguns locais do país, o tempo de espera pelo exame na rede pública pode chegar a 80 dias, segundo o CBR. A realização da mamografia dentro do prazo adequado é fundamental para a detecção precoce de alterações mamárias, o que aumenta as chances de um tratamento eficaz e reduz a necessidade de intervenções invasivas e de alto custo. “Esses números refletem a sobrecarga do SUS e devem ser considerados pelos gestores na formulação e manutenção de políticas de saúde pública”, afirmou o CBR.

Subnotificação

O CBR destaca ainda que a fila oficial do SUS para mamografias pode estar subnotificada. Conforme esclarece a entidade, o sistema de regulação do Ministério da Saúde (SISREG) – depende de dados fornecidos voluntariamente pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, o que pode resultar em dados incompletos ou discrepantes.

Um exemplo dessa disparidade é o Distrito Federal, onde o sistema nacional registra 306 pacientes aguardando o exame, enquanto dados do Mapa Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) indicam que o número real chega a 3,6 mil mulheres. Além disso, o tempo médio de espera e as variações regionais são preocupações centrais para o CBR, que ressalta a “necessidade urgente de políticas públicas eficazes para reduzir as filas e garantir acesso equitativo ao diagnóstico”.

Relatório do Instituto Nacional de Câncer (INCA) alerta para os impactos dos longos períodos de espera entre a solicitação médica e a liberação do laudo, que podem comprometer a adesão ao rastreamento da doença. Em 2023, apenas 48,8% dos laudos de mamografia de rastreamento foram liberados em até 30 dias após a solicitação, enquanto cerca de 36% dos resultados foram emitidos após 60 dias, prazo que prejudica o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz da doença.

Fonte: Ascom/Cofen, com informações da Agência Brasil

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