Cofen apresenta relatório sobre atuação em território Yanomami

Assistência do Cofen no território indígena foi promovida pela Equipe de Resposta Rápida e pela Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural

09.02.2023

Cuidado qualificado de Enfermagem é essencial para aumentar a cobertura e resolutividade da assistência à saúde dos povos originários

Representantes da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural (Conenfsi) e da Equipe de Resposta Rápida (ERR) do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apresentaram nesta quarta-feira (8/10), no decorrer da 550ª Reunião Ordinária de Plenário, os resultados do Diagnóstico Situacional realizado durante a visita de reconhecimento e apoio humanitário diante da crise sanitária enfrentada pelo povo Yanomami, no estado de Roraima.

No fim de janeiro, o Cofen, em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de Roraima (Coren-RR), instituiu uma Equipe de Resposta Rápida para apoiar as ações emergenciais do Ministério da Saúde na crise humanitária que avança sobre a terra indígena Yanomami, em Roraima. A ação foi conduzida pelo Comitê de Operações de Emergência em Saúde (Coes/Cofen), pela Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural (Conenfsi/Cofen), por conselheiros do Coren-RR e pelos conselheiros federais Vencelau Pantoja e Josias Neves.

Bruno Tomaz, integrante da Comissão Intercultural, realizou ao plenário o mapeamento da atuação de Enfermagem na garantia da saúde aos povos indígenas brasileiros. Dados levantados pela comissão apontam que a Enfermagem está presente em 90% da assistência ofertada às populações originárias no país. Em breve, um grupo de trabalho será criado para estudar o cenário e apresentar estratégias afirmativas que possam beneficiar o povo Yanomami e os profissionais de Enfermagem que os assistem.

Equipe de Resposta Rápida, em conjunto com o Coren-RR, prestou assistência direta ao povo Yanomami

O coordenador da Equipe de Resposta Rápida, Eduardo Fernando de Souza, apresentou as fragilidades encontradas na assistência à saúde Yanomami e destacou o compromisso do Sistema Cofen/Conselhos Regionais na tomada de medidas administrativas e jurídicas necessárias para garantir o cumprimento da Lei do Exercício profissional para manter a qualidade na assistência e na segurança do paciente.

“Durante nossa atuação, encontramos situações preocupantes, como as relacionadas ao transporte aéreo de pacientes críticos realizado por técnicos de Enfermagem e a precariedade das instalações destinadas à assistência dos indígenas, além da falta de insumos, de medicamentos e de segurança aos profissionais. Nos colocamos à disposição dos órgãos governamentais para construir alternativas para sanar a deficiência na assistência, no dimensionamento e na capacitação de enfermeiros e técnicos de Enfermagem que atuam na Casa de Saúde Indígena e nas aldeias Yanomami. 

“A crise sanitária Yanomami reflete as condições de trabalho da Enfermagem em todo o território Brasileiro e nos mostra a necessidade de estarmos atentos ao profissional e também ao cidadão, protegendo a comunidade, como está no Código de Ética da profissão. Somos uma profissão do cuidado científico, humanizado e humanitário. Valorizar estes profissionais é garantir uma excelência na assistência”, afirmou o coordenador da Conenfsi, Paulo Murilo de Paiva.

Enfermagem e saúde indígena – O cuidado qualificado de Enfermagem é essencial para aumentar a cobertura e resolutividade da assistência à saúde dos povos originários. Parte significativa mora em locais de difícil acesso e enfrenta vulnerabilidade social e econômica. Isto se reflete na prevalência de agravos como desnutrição e tuberculose, que é três vezes mais frequente na população indígena. Mortes sem assistência de saúde predominam e a mortalidade materna supera a média nacional.

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