Cofen lança Perfil da Enfermagem na Paraíba


16.09.2015

A enfermagem hoje no país é composta por um quadro de 77% de técnicos e auxiliares e 23% de enfermeiros. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, cujos resultados também apontam desgaste profissional em 64,2% dos entrevistados e grande concentração da Força de Trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas). O mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina é inédito e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio dos Conselhos Regionais de Enfermagem

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem. A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

 “Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

 

Qual é o Perfil da Enfermagem na Paraíba?

A pesquisa foi realizada em todo o Estado da Paraíba, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de mais de 31 mil profissionais. A enfermagem hoje na Paraíba é composta por um quadro de 71,9% de técnicos e auxiliares e 28,1% de enfermeiros, percentual esse maior que a média nacional para os enfermeiros (23%).

 

Onde trabalham

No quesito mercado de trabalho, 80,5% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público; 24,2% no privado; 2,3% no filantrópico e 6,2% nas atividades de ensino.

Na Paraíba, 63,1% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

 

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 6% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um percentual de 31,8% de pessoas que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, ou seja, estão em condições de subsalário.

Dos profissionais da enfermagem, a maioria (57,7%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (41,8%), o público (35%), o filantrópico (31,5%) e o de ensino (19,4%) praticam salários com valores de até R$ 1.000.

 

Masculinização

A equipe de enfermagem na Paraíba é predominantemente feminina, sendo composta por 91,1% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 8,8% dos homens, abaixo, portanto, da média nacional (14,4%) e um dos menores do país. “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

 

Profissionais qualificados acima do exigido

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem da Paraíba. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que 37,7% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação, percentual esse acima da média nacional (34,3%)

Desemprego aberto

A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 9,7% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 78,6% desses profissionais.

 

Concentração na capital

Na Paraíba, a maioria da equipe de enfermagem (66,6%) se concentra na Capital.

 

Lançamento da Pesquisa Perfil da Enfermagem na Paraíba

Data: 17 de setembro (quinta-feira)

Horário: 9hs

Local: Sala Campina Grande – Centro de Convenções de João Pessoa

 

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