Cofen lança Perfil de Enfermagem no Rio Grande do Sul

Com resultados nacionais e por Estado, estudo permite conhecer e intervir na realidade local

05.08.2015

A enfermagem hoje no país é composta por um quadro de 80% de técnicos e auxiliares e 20% de enfermeiros. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, cujos resultados também apontam desgaste profissional em 66% dos entrevistados e grande concentração da Força de Trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas). O mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina é inédito e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio dos conselhos regionais.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,8 milhão). A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

“Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

 

Qual é o Perfil da Enfermagem no Rio Grande do Sul?

A pesquisa foi realizada em todo o Estado do Rio Grande do Sul, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de mais de 112 mil profissionais. A enfermagem hoje no Rio Grande do Sul é composta por um quadro de 81,8% de técnicos e auxiliares e 18,2% de enfermeiros.

 

Onde trabalham

No quesito mercado de trabalho no Rio Grande do Sul, 35,7% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público; 42,1% no privado; 25,9% no filantrópico e 8,2% nas atividades de ensino. No Rio Grande do Sul, o maior empregador dos profissionais de enfermagem é o setor privado, contrário, portanto a uma tendência nacional de maior inserção desses profissionais no setor público.

No Rio Grande do Sul, 67,5% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

 

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,2% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra o percentual de 14% de pessoas que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, percentual esse menor que a média nacional (17,6%).

Dos profissionais da enfermagem, a maioria (68,5%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (14,6%), o filantrópico (14,3%), o público (14,4%) e o de ensino (13,8%) praticam salários com valores de até R$ 1.000. Chama a atenção que o percentual de subsalários é quase equivalente, se comparados os referidos setores.

 

Masculinização

A equipe de enfermagem no Rio Grande do Sul é predominantemente feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 15% dos homens. “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

 

Profissionais qualificados acima do exigido

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem no Rio Grande do Sul. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que quase 1/3, ou seja, 29,7% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação.

 

Desemprego aberto

A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 12,3% dos profissionais entrevistados – um pouco acima da média nacional (10,1%) – relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 46,2% desses profissionais.

 

Concentração na capital

Mais da metade da equipe de enfermagem (50,6%) se concentra na Capital.

 

Lançamento da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Rio Grande do Sul

Data: 5 de agosto (quarta-feira)

Horário: 14h

Local: Ritter Hotel, Largo Vespasiano Júlio Veppo, 55 – Porto Alegre/RS

 

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