Atores técnicos e sociais pactuam diretrizes sobre alívio da dor no parto

Grupo definiu diretrizes para uso de analgesia e métodos não-farmacológicos

27.10.2015

Sétima reunião discutiu métodos de alívio para a dor do parto
Sétima reunião discutiu métodos de alívio para a dor do parto

Analgesia e métodos não farmacológicos para alívio da dor foram discutidos na sétima reunião do grupo consultivo do Ministério da Saúde, que reúne atores técnicos e socais para pactuar diretrizes para o parto normal no Brasil. O grupo comparou, nesta terça-feira (27/10), evidências sobre as doses utilizadas, o momento da aplicação, e os efeitos de métodos não farmacológicos.

Doses reduzidas de analgésicos estão associadas à eficiência similar, com a vantagem de preservar a mobilidade da paciente e reduzir efeitos adversos. Intervenções no parto, inclusive analgesia, estão associados a uma menor taxa de sucesso de parto normal. Doses adicionais de anestésicos durante o expulsivo podem ser utilizadas, respeitando solicitação da parturiente.

"As parturientes devem ter apoio contínuo e individualizado durante o trabalho de parto e parto", reforça Cleide Ventura, da Abenfo
“As parturientes devem ter apoio contínuo e individualizado durante o trabalho de parto e parto”, reforça Cleide Ventura, da Abenfo

“As evidências reforçam que todas as parturientes devem ter apoio contínuo e individualizado durante o trabalho de parto e parto”, explica Kleyde Ventura, da Abenfo (Associação Brasileira de Enfermagem Obstétrica). O texto pactuado encoraja métodos não farmacológicos de alívio da dor, como massagem e relaxamento, se for desejo de mulher. O texto recomenda a movimentação livre da mulher em trabalho de parto e a alimentação, se tolerada.

Com participação da área técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), das entidades representativas da Enfermagem e Medicina, e de representantes da sociedade civil organizada, o grupo consultivo busca construir consensos que tornem as política efetivas em todo o Brasil. Baseada no levantamento e validação científica de práticas adotadas internacionalmente, a metodologia adotada propõe diretrizes para o parto no Brasil, adaptando-as à realidade local e levando-as à discussão com entidades profissionais e sociedade.

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Grupo inclui representantes áreas técnicas do Ministério da Saúde, entidades da Enfermagem, da Medicina e representantes das mulheres

As diretrizes pactuadas serão submetidas a consulta pública, em um processo amplamente democrático. A conselheira federal Fátima Sampaio, representante do Cofen, destaca os avanços no processo de pactuação das políticas. “Todos os atores do processo estão engajados”, ressaltou.

Enfermagem e o Parto Humanizado – As entidades do grupo consultivo já chegaram a acordos consensuados nos principais tópicos em discussão, incluindo os profissionais habilitados e a necessidade de informar as mulheres sobre os riscos e benefícios da assistência hospitalar, em Casas de Parto e do parto domiciliar. A atuação da Enfermagem Obstétrica é um dos pilares do processo de humanização do parto. A assistência dessas profissionais durante o trabalho de parto está associada ao aumento dos índices de partos normais e redução das intervenções.

A previsão é que as diretrizes para o parto normal entrem em consulta pública até o final de 2015. As diretrizes para parto cesariano, já aprovadas pela Conitec, estão em fase de revisão.

Conheça as normas do Cofen sobre atuação em Enfermagem Obstétrica:

Resolução Cofen nº 477/2015– Dispõe sobre a atuação de Enfermeiros na assistência às gestantes, parturientes e puérperas.

Resolução Cofen Nº 478/2015– Normatiza a atuação e a responsabilidade civil do Enfermeiro Obstetra e Obstetriz nos Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e dá outras providências.

Resolução Cofen Nº 479/2015– Estabelece critérios para registro de títulos de Enfermeiro Obstetra e Obstetriz no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem

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