Cofen participa de webinário binacional sobre doenças infecciosas

Experiências no Brasil e na França destacam o papel da Enfermagem na vigilância, controle e cuidado aos pacientes com tuberculose, sífilis e HIV

24.05.2024

Webinário relatou experiência da Enfermagem no Brasil é na França

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) participou, na manhã desta sexta-feira (24), de um webinário sobre a atuação da Enfermagem no combate a doenças infecciosas no Brasil e na França, realizado pelo Ministério da Saúde. Evento online com tradução simultânea para o francês e o português, contou com a participação de mais de 300 participantes de diversas instituições de Saúde dos dois países.

Representante do Cofen no evento, o primeiro-secretário Vencelau Pantoja teve a oportunidade de destacar o papel do sistema Cofen/Corens na elaboração de diretrizes que fundamentam as melhores práticas. “O Cofen está no nascedouro das diretrizes. Quando a gente vê um parecer aplicado sente orgulho de poder ter contribuído para isso”, comemorou. 

Entre as diretrizes citadas, foi lembrada a importância da resolução 195/97, que deu ao enfermeiro prerrogativa para prescrever exames de rotina e complementares no âmbito de alguns programas de saúde pública do Brasil, em especial o de DST/AIDS/COAS. 

Experiências no Brasil – A consultora-técnica da área de Coordenação-Geral de HIV/ aids do Ministério da Saúde, Tayrine Huana, deu um panorama da prática das profilaxias pré e pós exposição ao HIV e outras infecções (PrEP e PEP). De acordo com ela, por estar na ponta da estratégia de prevenção e combate a estas doenças a Enfermagem tem papel fundamental no sucesso da política e na ampliação do acesso. “Os profissionais de Enfermagem são responsáveis pela maioria dos diagnósticos, também estão na linha de frente do cuidado das pessoas com HIV”, exaltou.

Especialista em Tuberculose da pasta, Socorro Evangelista lembrou da força da categoria para o cumprimento das metas de erradicação destas doenças previstas no plano plurianual. “A Enfermagem tem papel central na aplicação de testes, na conscientização para riscos e na prescrição de medicamentos indicados como a penicilina para os pacientes”, enumerou. 

Experiências na França – Os convidados franceses do webinário relataram suas práticas de sucesso envolvendo unidades itinerantes de atendimento aos usuários. Como no Brasil, a equipe foca em uma abordagem multidisciplinar e que compreende a função social e redução de desigualdades.

Enfermeiro-coordenador do Comitê de Estudos sobre Drogas de Bordeaux, Samy Yahiaoui exaltou o caráter móvel de sua unidade de atendimento na garantia do cuidado de quem não tem acesso ao sistema convencional de saúde, investindo na prática do acolhimento do usuário, como ao fornecer seringas novas. Ele lembrou o papel da Enfermagem na orientação sobre riscos, sempre respeitando a individualidade. 

“Focamos na redução dos riscos para usuários de drogas, tanto lícitas como ilícitas. Reconhecemos o direito das pessoas de tomarem suas próprias decisões, mas com informações, queremos que se sintam acolhidas porque geralmente são estigmatizadas”, explicou.

Coordenador da equipe móvel das hepatites virais do Centro Hospitalar de Perpignan, Hakim Bouchkira por sua vez destacou a importância da Enfermagem na prescrição de medicamentos e para compensar carência de médicos, que é uma realidade também da França. “O sistema tem falta de médicos, portanto os enfermeiros são muito solicitados para ajudar no cuidado e acompanhar o paciente”, contou.

A coordenadora do Poppy, programa de suporte em Saúde para trabalhadoras do sexo em Bordeaux, também ressaltou como o estigma é um obstáculo para o engajamento do público-alvo, investindo até mesmo na presença de tradutores para idiomas como o búlgaro e o russo, tudo para incluir tanto público quanto possível e aplicar testes combinados de HIV e sífilis e vacinas contra difteria, tétano e coqueluche nas pessoas que vieram de outros países. 

“O acolhimento das pessoas é incondicional. Tudo dentro de um princípio de confidencialidade e anonimato. Temos à disposição do público um espaço de acolhimento aberto nos três turnos para quem não pode se deslocar nos horários clássicos”, exemplificou.

Conclusões – Para o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (DATHI/SVSA/MS), Draurio Barreira, o Brasil tem posição “privilegiada”, muito em função da eficiência de sua Enfermagem. “Precisamos enfatizar e reconhecer que sem o engajamento dos mais amplos segmentos, e a Enfermagem é capital, fundamental, não conseguiríamos cumprir metas que são bastante ousadas da eliminação destas doenças”, afirmou.

O webinário teve duração de mais de três horas e as discussões foram mediadas pelo consultor do Ministério da Saúde, Elton Almeida. 

 

Fonte: Ascom/Cofen

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