Cofen promove ação de conscientização para o Fevereiro Roxo e Laranja

Qualidade de vida é possível mesmo com doenças crônicas, afirma conselheira Tatiana Melo

28.02.2024

Mulheres são as mais afetada pela fibromialgia

Fevereiro é marcado no calendário nacional como o período de conscientização a respeito de fibromialgia, lúpus e alzheimer. Nesta terça-feira (27/2), conselheiros federais destacam que é possível preservar a qualidade de vida mesmo diante dessas enfermidades. Além disso, membros do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) ressaltam a necessidade do diálogo livre de tabus para orientar adolescentes sobre os riscos de gravidez precoce, tema que também é enfatizado neste mês.

A síndrome da fibromialgia atinge 3% da população brasileira, principalmente mulheres de 30 a 45 anos. Apesar de ser uma condição crônica, a progressão de seus sintomas pode ser inibida caso o tratamento seja iniciado com antecedência de forma adequada. Segundo a conselheira federal Tatiana Melo, muitos pacientes são prejudicados pela alta carga de remédios.“O principal tratamento para fibromialgia não é medicamentoso, mas muita gente já entra nele com uso de anti-inflamatório em altíssimas doses, em vez de agir por uma mudança de estilo de vida, como a prática de atividades aeróbicas e o acompanhamento psicoterápico. Caso essas medidas não deem resultado, daí seguimos para os medicamentos”, ela discorre.

A conselheira ainda alerta para as motivações psicológicas que geram a doença, como traumas, cansaço e depressão, condições em que o organismo desenvolve uma sensibilidade maior a dor. “Não se pode tratar apenas a dor sem tratar esse trauma e o que causa essa dor. O paciente vai melhorar somente enquanto os analgesicos estão fazendo efeito”, acrescenta.

Quanto ao alzheimer, problema neurodegenerativo que provoca perda de memória, incapacidade de cumprir atividades diárias e mudanças no comportamento, a doença é muito confundida com um envelhecimento normal do indivíduo. Tatiana pontua que a abordagem clínica deve criar proximidade entre paciente e profissional. “A Enfermagem tem adotado a conduta empática, de saber ouvir. Ao fazer isso de forma qualificada, temos identificado muitos casos”.

Por fim, a doença inflamatória autoimune lúpus —em que o organismo destrói células saudáveis—, também tem causas psicológicas, além de fatores genéticos. A condição pode ser desencadeada por algum processo infeccioso, mesmo sem histórico familiar prévio.

Abordagem clara sobre sexualidade é essencial

Como lidar com dúvidas — O conselheiro federal e especialista em saúde sexual Vencelau Pantoja trouxe à tona a pouca capacidade que responsáveis têm em instruir os mais jovens acerca dos riscos de uma gravidez precoce sem se ater a pré concepções errôneas. “Nem todo pai, mãe e instituição está preparado para responder perguntas sobre sexualidade, porque a educação sexual tem que ser algo presente. Há ainda muito Tabu”, elucida.

Para evitar constranger os menores, Vencelau propõe que no diálogo as dúvidas expostas sejam bem analisadas. Por isso, ao se deparar com uma pergunta, devolva com mais perguntas, avalie a resposta da criança ou adolescente e desenvolva referências. “Tratar de forma aberta, direcionada e objetiva. Se for criança, sem metáfora. Se for adolescente, inserir mais informações”, aconselha.

Fonte: Ascom — Cofen

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