Cofen reforça posição contrária a EaD em Congresso de Tecnologia em Saúde

Mesa redonda sobre EaD concluiu que as competências necessárias ao exercício da Enfermagem não podem ser desenvolvidas a distância

03.05.2016

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Ricardo Siqueira, membro da CTAS, e Isabel Mendes, organizadora do evento e professora da Escola de Enfermagem de RP (à direita); demais palestrantes no evento

O Conselho Federal de Enfermagem reafirmou sua posição em defesa da formação presencial e de qualidade durante Congresso Internacional de Tecnologia e Humanização na Comunicação em Saúde (ConTIC-Saúde) 2016, realizado dias 2 e 3 de maio, em Ribeirão Preto/SP, com o tema “Tecnologias favorecendo o ensino e a assistência: segurança, atitude, ética e humanização”.

Ricardo Siqueira, membro da Câmara Técnica de Atenção à Saúde (CTAS), representou o Cofen na mesa redonda “Desenvolvimento de competências na Enfermagem: Presencial ou a Distância?”, parte da programação do Congresso. A mesa foi composta, ainda, por José Neto (FEA-RP/USP), Elizabeth Teixeira, representante da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Lilian Behring (Telessaúde), e moderada por José Lamas, da Faculdade de Enfermagem da Unicamp.

Os participantes apresentaram diversos aspectos da modalidade EaD como ferramenta de ensino e suas implicações no ensino. As limitações e potencialidades da EaD foram discutidas pelos participantes. A mesa concluiu que as competências necessárias ao exercício da  Enfermagem não podem ser desenvolvidas sem contato presencial.

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Ricardo Siqueira, membro da CTAS, revela os dados dos cursos de graduação em enfermagem

Em sua fala, Ricardo apresentou o papel do Sistema Cofen/Conselhos Regionais, responsável pela normatização e fiscalização do exercício da profissão de enfermeiros. Mesmo não sendo objetivo da autarquia inspecionar a educação, o Cofen reconhece que a qualidade do ensino se reflete na qualidade da assistência prestada ao paciente. “Se a formação dos profissionais não for de qualidade, quem sofrerá as consequências desse descaso será a população brasileira, pois não terá uma assistência qualificada”, afirmou Siqueira.

A Enfermagem já é o curso com maior número de vagas (133.752), sendo que mais de 50% se encontram ociosas. “Os cursos presenciais são subutilizados e já atendem a demanda para a profissão. Não há motivos para se criarem mais cursos a distância”, destacou o representando do Cofen, que reafirmou o posicionamento do Sistema contra a modalidade EaD, que originou o Projeto de Lei 2.891/2015, proposto pelo Deputado Federal Orlando Silva.

A idealizadora do ConTIC-Saúde destacou a importância da participação do Cofen neste encontro, que reúne representantes de diversas áreas, inclusive do exterior. “Sou contra a formação de profissionais em um formato totalmente a distância, pois deve haver o desenvolvimento do conhecimento, competências, habilidades e atitudes, que não conseguem ser adquiridos nessa modalidade. Um aluno não pode ser aprovado para desenvolver procedimentos com o paciente sem passar por uma avaliação teórico-prática”, afirmou Isabel Mendes, que é professora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto e diretora do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o desenvolvimento da investigação em Enfermagem. Atualmente, os cursos presenciais admitem disciplinas a distância, que podem compor até 20% da carga horária total.

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