Com mãos pintadas de preto, enfermeiros protestam na Praça dos Três Poderes

Profissionais também reivindicaram aprovação de projeto que estabelece piso salarial para a categoria

03.05.2021

Ato marcou o 1º de Maio na Praça dos Três Poderes
Conselheiro do Cofen, Gilney Guerra, participou do ato, pedindo apoio ao PL do Piso Salarial

Em comemoração ao Dia Internacional do Trabalho, celebrado neste domingo, entidades representativas dos enfermeiros no Distrito Federal promoveram ato em homenagem aos profissionais que estão na linha de frente e aos que morreram vítimas do coronavírus. A manifestação foi realizada na Praça dos Três Poderes.

Carregando cruzes, e com as mãos pintadas de preto, profissionais também reivindicaram a aprovação do Projeto de Lei 2564/2020, que estabelece o Piso Salarial e a jornada semanal de 30 horas para enfermeiros de todo o Brasil.

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros Dayse Amarílio recordou dos profissionais que morreram enquanto trabalhavam para salvar outras vítimas, mas destacou também que esse é um momento de luta em defesa das pautas de interesse dos profissionais da enfermagem.

“Há um ano atrás, nós estávamos aqui lembrando de colegas mortos. O sentimento de dor ainda permanece, mas soma-se a isso o de revolta, de querer um basta. Não aguentamos mais, pois não somos heróis. Esse tipo de ação precisa entrar na consciência das pessoas, pois precisamos de representação política para fazer com que os projetos que defendem a enfermagem e, consequentemente, a assistência da população tenham andamento”, defendeu.

O ato foi promovido pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) e pelo Conselho de Saúde do DF (CSDF). Teve apoio do Conselho Regional de Enfermagem do DF (Coren-DF) e da Associação Brasileira de Enfermagem do DF (Aben-DF). O conselheiro Gilney Guerra, 1º tesoureiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) participou do ato, e pediu apoio ao PL do Piso Salarial.

“É chegada ao hora de o Senado Federal mostrar que a Enfermagem merece mais do que aplausos e garantir condições mínimas de subsistência para os profissionais” afirma Gilney.

A movimentação desta tarde marcou um ano do episódio em que apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, atacaram os profissionais de saúde.

Recorde o caso – No dia 1º de maio de 2020, durante ato promovido pelo Sindicato dos Enfermeiros, profissionais da saúde foram confrontados por apoiadores de Bolsonaro. Um homem, identificado como Renam Silva Sena, chegou a partir para cima dos enfermeiros e precisou ser contido por outros manifestantes com bandeiras do Brasil. Durante os ataques, os profissionais mantiveram-se em silêncio.

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