Conitec abre consulta pública sobre nova vacina contra bronquiolite

Parecer inicial da comissão de especialistas é favorável à incorporação da vacina apenas para bebês prematuros abaixo de 30 semanas gestacionais. Saiba como evitar a bronquiolite.

02.12.2024

vacina Abrysvol, da Pfizer

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu consulta pública sobre a incorporação da vacina Abrysvo, desenvolvida pela Pfizer, contra o vírus sincicial respiratório (VSR) A e B (recombinante). O parecer inicial da comissão de especialistas foi favorável à incorporação da vacina apenas para bebês prematuros abaixo de 30 semanas gestacionais.

O VSR é a principal causa de bronquiolite em bebês. A vacina Abrysvo foi aprovada em abril pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa), para aplicação em gestantes no segundo ou terceiro semestre gestacional, com objetivo de proteção ao recém nascido. A Pfizer pretendia incorporar a vacina ao calendário pré-natal.

A análise da Conitec concluiu que não há diferença significativa entre a eficácia da vacina e do palivizumabe, anticorpo hoje disponibilizado no SUS para recém nascidos de alto risco. A análise  reduz o nível de certeza sobre o desfecho esperado — evitar infecção grave associada ao VSR — e à segurança da vacina Abrysvo. A Conitec avaliou também o custo/eficiência da tecnologia, concluindo que há um elevado impacto orçamentário em relação ao potencial benefício. 

“A comparação entre nirsevimabe [vacina Abrysvo, da Pfizer] e palivizumabe não apresentou diferença estatística significativa em nenhum dos desfechos de eficácia avaliados e ambas apresentam vantagem em relação ao placebo. Já em relação aos desfechos de segurança, o nirsevimabe e o palivizumabe não apresentaram diferença estatisticamente significativa para o desfecho óbito por todas as causas, quando comparado ao placebo”, afirma o parecer da Conitec. A vacina Abrysvo apresenta vantagem na aplicação, em dose única. 

Acesse a plataforma Participa+ Brasil e contribua, até 9 de dezembro, com a consulta pública 95/2024.

Saiba como prevenir a bronquiolite

A bronquiolite é inflamação dos bronquíolos, que atinge principalmente os bebês menores de dois anos. Principal causa de bronquiolite, o VSR está associado também a pneumonia e infecções potencialmente graves em bebês, crianças pequenas e idosos. Em crianças maiores e adultos jovens, costuma provocar apenas resfriados. A resposta imunitária ao VSR não protege contra reinfecção, mas reduz a gravidade da doença.

“O VSR é um dos principais agentes etiológicos das infecções que acometem o trato respiratório inferior entre lactentes e crianças menores de 2 anos de idade, podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonia durante os períodos de sazonalidade. Uma das principais causas de reinternação após a alta das Unidades neonatais são quadros respiratórios, de acordo com o MS”, afirma a enfermeira Ivone Amazonas, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Bebê em uso de nebulização
Uma das principais causas de reinternação após a alta das Unidades neonatais são quadros respiratórios (Foto: Instituto Villamil)

“O papel da Enfermagem no contexto da prevenção das doenças respiratórias passa pelas orientações e apoio aos pais e cuidadores das crianças”, afirma Ivone. Famílias devem ser orientadas a evitar o contato de bebês com crianças e adultos resfriados, fugir de aglomerações, higienizar as mãos, principalmente antes de tocar os bebês. “O aleitamento materno também reduz a susceptibilidade ao VSR”, reforça.

APS deve fazer busca ativa de prematuros extremos 

Atualmente, o SUS disponibiliza palivizumabe, um anticorpo monoclonal específico contra o VSR, apenas para grupos de alto risco, incluindo recém-nascidos prematuros e portadores de doenças cardíacas e pulmonares nos dois primeiros anos de vida, independentemente da idade gestacional. Os  prematuros são altamente suscetíveis ao VSR, em função da imaturidade de seu sistema imunológico e dos baixos níveis de anticorpos maternos. 

Confira o protocolo para uso de palivizumabe. A busca ativa dos bebês sob alto risco da infecção pelo VSR, incluindo prematuros extremos, bebês com displasia broncopulmonar ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada, deverá integrar as ações da Atenção Primária à Saúde (APS). As doses do medicamento aplicadas devem ser anotadas na “Caderneta da Criança”. 

Medidas indicadas pelo Ministério da Saúde para controle da transmissão hospitalar

  • Lavar as mãos antes e após contato com qualquer paciente ou material biológico e equipamentos ligados ao bebê;
  • Identificar precocemente os suspeitos e instituir as precauções de contato;
  • Utilizar preferencialmente quarto privativo, porém na impossibilidade de quarto privativo, utilizar incubadora como barreira para acomodar recém-nascido com suspeita ou caso confirmado de infecção viral;
  • Manter precauções de contato para todos os pacientes com doença por VRS, confirmada ou suspeita, que incluem;
  •  Lavagem das mãos antes e após contato com o paciente e seus pertences;
  •  Uso de luvas e avental para manipulação do recém-nascido;
  •  Uso de máscara e óculos de proteção de acordo com a possibilidade de contato direto com secreções e aerossolização de partículas, como por exemplo, durante aspiração de vias aéreas;
  • Proibir a entrada de visitantes com infecção do trato respiratório;
  • Afastar profissionais da saúde, com infecção do trato respiratório dos cuidados com recém-nascidos e lactentes.

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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