Conselho Federal de Enfermagem debate cuidados paliativos e qualidade de vida

Diálogo entre comissões busca construir uma proposta de resolução centrada no cuidado integral ao paciente

24.01.2024

Melhorar a qualidade da vida e da morte, com foco no conforto do paciente, é o objetivo dos cuidados paliativos. Especialistas da Câmara Técnica de Atenção à Saúde (CTAS/Cofen) e da Comissão de Práticas Integrativas e Complementares (CPICs/Cofen) estão reunidos nesta semana, na sede do Conselho Federal da Enfermagem (Cofen), em Brasília, para alinhar aspectos legais, técnicos, e trocar experiências, dando inicio a discussões de futuro marco normativo.

O diálogo entre as comissões busca construir uma proposta de que traga um olhar diferenciado para a categoria, explica a coordenadora da CTAS/Cofen, Mayra Gonçalves. “Queremos mudar não só os marcos do cuidado ao paciente, mas a percepção dos colegas”, complementa a coordenadora da CPICs/Cofen, Cláudia Ferreira.

“Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os cuidados paliativos começam a partir do momento em que você identifica uma condição que possa levar a uma ameaça da vida, e isso pode acontecer em qualquer idade, inclusive bebês. São cuidados muito especializados, que buscam evitar que essa doença traga desconforto. Agimos para trazer qualidade de vida até onde essa vida for, porque há vida até o momento da morte”, afirma Ana Cristina de Sá (CPICs/Cofen). Os cuidados paliativos se aplicam também a pacientes que estão lidando com uma mudança abrupta na sua condição de vida, após acidente que traga redução da autonomia, por exemplo.

“As ações do enfermeiro vão muito além do plano de cuidados. Abrangem todos os aspectos da vida do paciente, em conjunto com a equipe multiprofissional”, afirma Carmem Lupi (CTAS/Cofen). “Não é sobre a espera da morte, mas sobre aproveitar o melhor da vida, qualquer que seja sua duração”, destaca a enfermeira, citando as recentes conquistas e evolução da bebê Maria Guilhermina, filha do ator Juliano Cazarré, que tem Anomalia de Ebstein. Cercada pela família e com cuidados profissionais, a menina começa a balbuciar, sorrir e interage afetuosamente com os irmãos, enquanto enfrenta doença congênita potencialmente fatal.

“Profissionais de Saúde, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, atuam conjuntamente, de forma integrada, com foco na pessoa e não apenas na doença. A equipe pode ter também a participação de filósofos, padres, pastores e outros profissionais que contribuam para o bem-estar, conforme a crença da pessoa, que é o centro do cuidado”, afirma Rosângela Tôrres (CPICs/Cofen)

Marcos normativos – A Organização Mundial de Saúde (OMS) define cuidados paliativos como abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e suas famílias. Previne e alivia o sofrimento, através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais. A Resolução 729/23 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), aprovada em dezembro e publicada em 15 de janeiro do Diário Oficial, aprova a Política Nacional de Cuidados Paliativos no âmbito do SUS. O atendimento tem como objetivo principal promover a qualidade de vida dos pacientes, considerando seus valores e sua história.

Histórico – Há registros de cuidados paliativos desde a antiguidade, com as primeiras definições sobre o cuidar. O marco moderno, associando desde o controle de sintomas e alívio da dor ao sofrimento psicológico, é a fundação da St. Christopher, na Inglaterra. Sua fundadora Cicely Saunders graduou-se em Enfermagem e dedicou sua vida ao alívio do sofrimento humano. Insatisfeita com os cuidados prestados a pacientes críticos, graduou-se posteriormente em Serviço Social e Medicina, em busca da atenção integral.

 

 

Fonte: Ascom/Cofen

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