Coren-MG cria comissão de prevenção e combate à violência contra profissionais

A campanha, que busca participação ativa dos profissionais tem colaboração da Polícia Militar de Minas Gerais

12.02.2020

“Violência contra a Enfermagem. Você não vê, mas ela existe”. Este é o slogan da campanha, que começou esta semana com a exibição de uma série de vídeos com relatos de casos reais de agressões contra profissionais de enfermagem. Para isso, foram convidadas pessoas das mais variadas profissões para narrar casos de violência. Aqui, o primeiro vídeo da campanha.

De acordo com a pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), apenas 29% deles se sentem protegidos em seu ambiente de trabalho e 53% dos profissionais de Enfermagem são maltratados, chegando à violência física, pela população usuária. Diante disso, o Coren-MG) instaurou, em dezembro, a Comissão Permanente de Estudo e Prevenção e Combate à Violência e ao Assédio Moral no Trabalho. Presidida pela enfermeira Carolina Angélica de Brito Silva, também integram a comissão os enfermeiros Carla Aparecida Spagnol, Fernanda de Araújo, cabo da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Priscilla Chagas e Marcus Tavares.

As ações se iniciaram ainda em dezembro. De lá pra cá, o trabalho tem sido minunciosamente estruturado. Foi criado um canal exclusivo para denúncias, o e-mail combateaviolencia@corenmg.gov.br, e teve início uma ampla pesquisa para mapear a violência em Minas Gerais, que tem sido divulgada no site e nas redes sociais do Conselho.

Ainda nesta semana, a presidente do Conselho Regional de Minas Gerais (Coren-MG), enfermeira Carla Prado Silva, se reuniu com integrantes do comando da Polícia Militar de Minas Gerais para traçar estratégias de ação conjunta. A reunião contou com a presença do comandante da 16ª Companhia, major Paulo Giovanny, do tenente Marcio Goulart, que serviu na 16ª Cia do 13ª BPM como coordenador de mais de 150 Redes de Vizinhos Protegidos, do assessor jurídico da Presidência do Coren-MG, Lucas Quadros, além das enfermeiras Carolina Brito e cabo Priscilla Chagas, que são membros da Comissão.

Uma das possíveis soluções para a prevenção e o enfrentamento da violência contra a categoria foi integrar as instituições de saúde ao projeto Rede de Vizinhos Protegidos, iniciativa da PMMG que consiste na união de esforços de todos os moradores de determinado bairro para que, junto com a Polícia Militar, possam a fazer o monitoramento daquela redondeza, comunicando aos demais e à PM qualquer suspeita, por meios de comunicação previamente definidos.

No contexto da violência em instituições hospitalares, o tenente Marcio Goulart ressaltou a importância de capacitar e treinar, não só profissionais de Enfermagem, como todos as pessoas que trabalham no local, para que elas saibam qual postura pessoal e institucional devem adotar frente à comportamentos suspeitos e ameaças. Ele ainda sugeriu uma abordagem estruturada em 5 tópicos:

1º – Chamar e conscientizar os profissionais para uma participação efetiva.
2º – Realizar treinamento teórico sobre os motivos, formas de enfrentamento, postura e como lidar com a situação; acentuou que as agressões, geralmente são perpetradas por mesmo cidadão que se empodera em relação a falta de reatividade e tendem a aumentar.
3º – Realizar treinamento prático, vivenciar situações simuladas no ambiente profissional e entorno do local de trabalho; enfatizou que a parte prática deve contar com dinâmicas e propor soluções que sejam efetivamente realizadas.
4º – Feedback constante: a iniciativa deve ser acompanhada e apoiada constantemente, com monitoramento sobre os resultados para aperfeiçoamento.
5º – Apoio: as iniciativas devem ganhar corpo e contar com toda equipe da instituição, deve reunir pessoas para enfrentamento conjunto, faz parte da postura de enfraquecimento e dissuasão de eventual agressor. Nesse contexto, citou a criação de grupos do pessoa da saúde.

Para a presidente do Coren-MG, enfermeira Carla Prado, esta primeira reunião com a Polícia Militar foi muito produtiva. “Percebemos que uma parceria entre o Coren-MG e a PM é viável e pode nos ajudar, e muito, em estratégias de combate à violência contra o profissional de Enfermagem.”

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