Coren-MT notifica hospitais com máscara artesanal e cobra mais segurança

A existência de EPIs inadequados é uma das questões que estão sendo acompanhadas

29.04.2020

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) notificou, nesta segunda-feira (27), o Hospital de Acidentados Traumatologia e Ortopedia (SOTRAUMA), em Cuiabá, onde foi constatado o uso de máscaras de TNT (tecido não tecido) que não atendem às especificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto às camadas de barreira e filtração, expondo profissionais à contaminação biológica.

A inspeção aconteceu no hospital e na UTI terceirizada e a instituição terá 24 horas, após a notificação, para regularizar a situação. O hospital confirmou que há um caso suspeito de Covid-19 em atendimento no local.

A existência de EPIs inadequados é uma das questões que estão sendo acompanhadas pela fiscalização do Coren-MT em todo o estado. O conselho cobra mais segurança para os profissionais da Enfermagem que estão à frente do combate à pandemia.

Máscaras descartáveis de polipropileno, não destinadas a uso médico, flagradas em hospital

O conselho também notificará o serviço do Hospital Municipal de Santo Antônio do Leverger, onde foram flagradas máscaras descartáveis de polipropileno, não destinadas a uso médico, durante fiscalização realizada na semana passada (foto).

Outra unidade notificada por motivo similar foi o Hospital São Luiz, no município de Cáceres, onde profissionais estavam utilizando máscaras artesanais, sem material filtrante, contrariando as recomendações das autoridades sanitárias sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras cirúrgicas por profissionais da saúde durante o serviço.

Em resposta, o hospital informou que esperava para terça-feira (28) a entrega de 20 mil unidades de máscaras cirúrgicas, e que já havia emprestado outros 3.500 exemplares.

Fiscalização – Nos últimos 30 dias, o Coren-MT realizou 207 fiscalizações, averiguou 52 denúncias e emitiu 315 notificações, entre recomendações e respostas a irregularidades.

A inspeção para levantar as condições de trabalho dos profissionais da Enfermagem frente à Covid-19 começou em março. Neste período, fiscais lotados em Cuiabá e nas subseções de Rondonópolis, Barra do Garças, Sinop, Cáceres e Tangará da Serra realizaram 1.088 atendimentos.

Além das visitas in loco, o acompanhamento por telefone e e-mail permite alcançar municípios afastados. Os fiscais também realizam busca ativa das instituições de saúde de cada região, por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As denúncias são recebidas pela fiscalização ou pela Ouvidoria por meio do contato (65) 99623 2323 e do canal de ouvidoria.

Ao todo, 8.875 profissionais trabalham nas unidades fiscalizadas até o momento. Confira os problemas mais frequentemente encontrados:

– EPI inadequado;

– Utilização de máscaras artesanais;

– Problemas de infraestrutura, como falta de pias, sabão e álcool;

– Manutenção de pessoas do grupo de risco em atividade;

– Treinamento precário das equipes para se protegerem e para atenderem aos pacientes;

– Desorganização das rotinas de trabalho;

– Déficit de recursos humanos;

– Desinformação.

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