Coren-PE interdita eticamente três blocos do Hospital Getúlio Vargas

Decisão foi tomada para evitar riscos aos profissionais de Enfermagem por conta de problemas estruturais

05.12.2019

Interdição está em vigor desde quarta-feira (4)

Por decisão unânime, a plenária do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) votou, no final desta quarta-feira (04), a favor da interdição ética dos serviços de Enfermagem nos blocos G1, G2 e G3 do Hospital Getúlio Vargas (HGV). A decisão do Conselho prioriza a vida dos mais de 300 profissionais de Enfermagem que atuam nos blocos como também dos pacientes da unidade de saúde.

Na madrugada da última quinta-feira (28), pacientes e profissionais do Getúlio Vargas passaram por um grande susto, quando ouviram um forte estalo na edificação e houve trepidação no piso, próximo de uma área que já se encontrava anteriormente interditada e escorada. No dia, a Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) e o Corpo de Bombeiros realizaram a evacuação do local, e os pacientes foram removidos para outras alas do hospital – um dos mais importantes da rede estadual. A Defesa Civil ainda determinou a interdição do bloco G3, onde ocorreu o abalo estrutural.

“Não há condições de trabalho adequadas para atuação desses profissionais nos locais onde a estrutura predial está comprometida. A decisão foi tomada depois que os 18 conselheiros do Coren analisaram toda a situação do HGV”, explica a presidente do Conselho, Marcleide Cavalcanti. A interdição ética é preventiva e entrou em vigor na própria noite de ontem (04), quando a direção do Coren Pernambuco esteve na unidade de saúde para apresentar o termo de interdição à gerência de Enfermagem do hospital.

Os profissionais, segundo a decisão, deverão comparecer ao hospital, nos horários determinados da escala, mas não poderão trabalhar nos blocos problemáticos. “A assistência de Enfermagem continua sendo realizada aos pacientes internos, mas em outro local onde não há risco. Profissional atuando com medo abre brecha para falhas. Estamos preservando a vida dos nossos profissionais e dos seus pacientes, além também de evitarmos erros no atendimento”, destaca Marcleide.

O Coren Pernambuco aguarda laudo técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) que ateste a segurança do local para revogar a interdição ética. Até lá, a decisão é mantida e deverá ser respeita pelos enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem do HGV. “Quem descumprir a ordem irá responder processo ético no Conselho”, diz a presidente.

Defesa Civil e Corpo de Bombeiros realizaram a evacuação do local

Vistoria do Coren-PE – A chefe do setor de Fiscalização, Ivana Andrade, a enfermeira fiscal, Andréa Lemos, o procurador geral, Bruno Becker, e o conselheiro e tesoureiro do Coren-PE, Fábio Lins, se reuniram, na última terça-feira (03), com a supervisora de Enfermagem do HGV, Mauricéia Dutra, e com a gerente de Enfermagem do Bloco Cirúrgico, Alessandra Giló, para levantar informações sobre todos os procedimentos realizados junto aos profissionais de Enfermagem que atuam nos setores do bloco isolado (G3) ou em setores próximos, desde o dia da interdição. “A interdição feita pela Defesa Civil foi exclusivamente do bloco G3, mas a direção do hospital decidiu por interditar as áreas mais próximas do bloco G2, vizinho ao G3, na tentativa de passar maior segurança e evitar o clima de medo entre profissionais e pacientes”, contou a supervisora de Enfermagem da unidade.

Durante a vistoria, a equipe do Coren-PE também ouviu profissionais do bloco cirúrgico de urgência, que relataram a sensação de medo em trabalhar sem o laudo conclusivo da real situação da estrutura física do hospital. “Há profissionais com pânico. Estamos respeitando o lado psicológico dos nossos profissionais e tentando realocá-los em setores mais distantes do bloco problemático”, revelou Mauricéia.

No final da visita, aconteceu ainda uma reunião com o diretor geral, Bartolomeu Nascimento, que destacou que até o momento, não foi constatada a origem do som ou alteração no espaço. Ele lembrou que o bloco apresentava problemas desde 2004, mas que era monitorado permanentemente pela equipe de engenharia da Secretaria Estadual de Saúde, além de uma empresa de engenharia terceirizada, responsável por realizar a avaliação do prédio periodicamente. Nascimento disse que aguarda um laudo técnico definitivo que está sendo elaborado por uma empresa especializa, além de uma análise final do próprio Crea-PE.

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