Covid-19: Ação no Metrô-DF chama atenção para trabalho da Enfermagem

Obra tem 2,1 metros e está caracterizada com EPIs. Segundo Conselho de Enfermagem, alerta é por melhores condições de trabalho.

26.11.2020

Campanha do Conselho Federal de Enfermagem instala boneca enfermeira de 2,1 metros na estação central do metrô DF — Foto: Cofen/Divulgação

Vestida com roupas de enfermeira e usando equipamentos de proteção individual (EPIs), uma boneca de 2,10 metros, instalada na estação central do Metrô de Brasília, chama a atenção de quem passa pelo terminal para a situação dos profissionais de saúde, no Distrito Federal, durante a pandemia do novo coronavírus.

A campanha “Abrace a Enfermagem” é organizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Segundo o presidente do órgão, Manoel Neri, a ação também pede o apoio da sociedade para a categoria, que está na linha de frente do combate à Covid-19.

“Os enfermeiros representam mais da metade dos trabalhadores da saúde e estão na linha de frente do combate à Covid-19. A enfermagem merece mais que aplausos. É preciso ter condições dignas de trabalho e de vida.”

A campanha foi lançada no Brasil na última sexta-feira (20), e a boneca ficará no Metrô-DF até o dia 2 de dezembro.

Nas redes sociais, o Cofen pede para quem quiser participar da mobilização, tirar fotos com a boneca enfermeira e replicar o gesto do abraço, postando nas redes sociais com a hashtag #AbraceAEnfermagem.

Dados do observatório da enfermagem, do próprio Cofen, mostram que somente no DF, 1.537 enfermeiros foram contaminados pelo novo coronavírus e 16 profissionais morreram vítimas da doença. No Brasil, eram 43.446 casos e 460 óbitos entre os profissionais de enfermagem, até esta quinta-feira.

Segundo o conselho, as equipes de enfermagem lidam com problemas como falta de profissionais, jornadas excessivas e baixos salários, “incompatíveis com a qualificação e importância profissional”.

Situação da saúde no DF – Em Brasília, médicos e enfermeiros alegam condições precárias dos hospitais públicos. Em março, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF, montou uma central para receber queixas relacionadas à pandemia da o novo coronavírus.

No começo de novembro, quando profissionais de saúde do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que é referência para Covid-19 no DF, receberam um comunicado interno dizendo que o hospital estava com baixo estoque de luvas e de alguns remédios.

À época, o secretário de saúde, Osnei Okumoto, confirmou a escassez de alguns desses insumos na rede pública do DF. No entanto, ele justificou que o problema é resultado de um “desabastecimento no mundo inteiro, em relação à pandemia”.

Na ocasião, a Secretaria de Saúde não se pronunciou sobre a falta de medicamentos, usados no tratamento de Covid-19, no Hran, mas disse que já havia feito uma compra grande de luvas, que estavam para serem entregues.

Doações de EPI’s para município no Piauí – No dia 26 de agosto, o Tribunal de Contas do Distrito abriu um processo de investigação para apurar a doação dos EPI’s da Secretaria de Saúde do DF para o município de Corrente, no Piauí, onde o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) passou a infância.

O pedido feito ao GDF partiu do prefeito da cidade, Gladson Mascarenhas (PP). Em 26 de maio, ele enviou um documento ao então secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, pedindo uma doação de material para o hospital da cidade.

O prefeito pediu 10 mil luvas, 1 mil aventais, 5 mil máscaras e 240 litros de álcool líquido 70%. Após o pedido de Mascarenhas, a solicitação foi encaminhada pelo gabinete do secretário de Saúde para Superintendência de Logística.

O setor informou à pasta que a doação de máscaras também afetaria o abastecimento da rede de saúde do DF. Logo depois, a direção se manifestou contrária à doação. Mesmo assim, a secretaria de Saúde de Brasília enviou os itens para o Piauí.

Quando o caso foi revelado, no dia 6 de agosto, o governador chegou a dizer que não tinha conhecimento da falta de material na rede pública da capital. Ibaneis afirmou ainda “que tentou ajudar a prefeitura no Piauí e outros municípios, porque em caso de proliferação da doença, a opção mais próxima dos pacientes seria Brasília”.

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