Covid-19 avança e ato destaca impactos da pandemia na vida das mulheres

Maioria na linha de frente do combate à pandemia, mulheres pediram a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão em ato na Praça dos Três Poderes

04.06.2020

Respeitando o isolamento social, ato reuniu 13 entidades de mulheres do DF (Scarlett Rocha/Sindicatos dos Enfermeiros do DF)

A linha de frente no combate à pandemia da Covid-19 no Brasil está nas mãos das mulheres. São 85% das equipes de Enfermagem, a maior parte delas negras, e já somam mais de 100 mortes de profissionais de Saúde. As vítimas do covid-19 foram homenageadas nesta quinta, na abertura de ato organizado por 13 entidades de mulheres contra a omissão do Estado frente à pandemia covid-19.

Seguindo as diretrizes de isolamento social, o ato performático pediu a responsabilização da Presidência e destacou o efeito da pandemia sobre as mulheres. A dupla jornada se soma à obrigação de cuidado em tempo integral, sem suporte de escolas e sem apoio do Estado, que se revelou incapaz de gerir o auxílio emergencial, em um apagão técnico sem precedentes. Decisões judiciais que responsabilizam integralmente as mulheres mães pelo cuidado com os filhos, mesmo em caso de guarda compartilhada, escancaram a desigualdade que impera no Judiciário, segundo as entidades.

“As profundas desigualdades de gênero e raça que moldam nosso país afetam todas as mulheres e em especial as profissionais de Enfermagem, no contexto de combate à covid-19”, afirma a conselheira federal Maria Luísa Almeida, ressaltando a desigualdade no acesso a equipamentos de proteção individuais (EPIs) no trabalho, de renda e condições de trabalho.

O ato reivindicou, ainda, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a manutenção da Renda Básica Emergencial. A revogação da Emenda Constitucional 95 e a taxação das grandes fortunas são medidas necessárias para conter, defende o manifesto das entidades. “Sem a garantia de direitos, não há saída para a crise”, destacam. ? ?A revogação da EC 95 é defendida pelo Conselho Nacional de Saúde, instância máxima de controle social do SUS e foi um dos muitos pontos de atrito do ex-ministro Mandetta com a Presidência.

Símbolo da República brasileira, a Praça dos Três Poderes foi palco, em 1º de Maio, de ataque a profissionais de Enfermagem, que realizavam ato pacífico e silencioso em homenagem aos mortos por covid-19, por melhores condições de trabalho e respeito às diretrizes de isolamento social da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os agressores foram identificados em vídeo pelo Conselho Federal de Enfermagem e indiciados pela Polícia Civil.

 

 

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