Dia da Enfermagem Forense é marcado por homenagens a vítima de feminicídio

Sessão solene da Câmara Distrital do DF celebrou a memória de Pollyanna Moura, morta aos 35 anos em 2020

04.09.2023

Dia da Enfermagem Forense no Distrito Federal, comemorado na sexta-feira (1/9)

O Dia da Enfermagem Forense no Distrito Federal, comemorado na sexta-feira (1/9), foi marcado por uma homenagem à enfermeira Pollyanna Moura, morta aos 35 anos pelo namorado em 2020. Pollyana era enfermeira forense e o autor da iniciativa que criou a data, deputado Jorge Vianna (PSD), atribuiu à sua memória o fim da resistência à ideia.

“Hoje não é um dia qualquer, pois lutamos muito para criar o Dia da Enfermagem Forense. Esse projeto inclusive foi vetado e nós derrubamos o veto. Mas tudo mudou quando uma colega morreu”, declarou o parlamentar. Pollyana era muito querida pelos colegas e seu rosto estampou a camiseta de diversos dos presentes à Casa Legislativa, entre eles familiares como a mãe Bernadete Pereira e sua filha Mariana, além de tias e outros familiares e amigos.

Cofen foi representado pelo integrante da Comissão Nacional da Enfermagem Forense, Adriano Araújo.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) foi representado pelo integrante da Comissão Nacional da Enfermagem Forense, Adriano Araújo. Ele afirmou que a especialidade avança no país, com a criação de embasamento legal através de vários projetos que visam fomentar a atividade, ainda incipiente. “Precisamos da presença do enfermeiro forense inserido no sistema, dando apoio às vítimas de violência, em especial da que tem natureza sexual”, afirmou.

A deputada Dayse Amarilio (PSB) também ressaltou o papel dos enfermeiros forenses na luta contra as agressões sofridas pelas mulheres e defendeu um projeto de lei de sua autoria que trata do tema. “Na hora da acolhida, o profissional da enfermagem forense faz toda a diferença. Por isso peço a sensibilidade dos deputados para derrubarmos o veto ao meu projeto de lei que determina local específico nos hospitais para atendimento às mulheres vítimas de violência”, defendeu.

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Elilssandro de Noronha, relatou que muitas enfermeiras forenses são elas mesmas vítimas de violência e têm dificuldade para denunciar. “No DF, 87% da enfermagem é formada por mulheres e várias delas sofrem agressões no próprio local de trabalho. Muitas vezes as mulheres não denunciam com medo de perder o emprego”, explicou.

Ao final da solenidade, moções de louvor foram encaminhadas a enfermeiras e enfermeiros forenses do DF que estão na linha de frente do combate à violência contra as mulheres.

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