Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha: Enfermagem tem maioria negra e feminina

"Calar o racismo com a voz da Enfermagem é preciso", afirma a conselheira federal Ellen Peres

25.07.2024

A face da Enfermagem brasileira é feminina e negra. Neste 25 de julho, Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, os Conselhos de Enfermagem saúdam as profissionais que estão em todas as etapas do cuidado. “Calar o racismo com a voz da Enfermagem é preciso”, afirma a conselheira federal Ellen Peres.

As mulheres representam 85% das equipes de Enfermagem no Brasil. Mais da metade delas (53%) são negras (pretas e pardas), segundo a pesquisa Perfil da Enfermagem (Cofen/Fiocruz). Essas trabalhadoras estão concentradas sobretudo em postos de nível médio, mais precarizados e com menor remuneração.

No mercado de trabalho, a desigualdade de gênero é uma realidade. Profissionais tradicionalmente femininas, como a Enfermagem, apresentam salários significativamente abaixo dos registrados em profissões com maioria masculina com mesmo nível de escolaridade. 

Quando se considera a raça, a disparidade é ainda mais acentuada. As mulheres negras representam 26% da população, mas ficam com apenas 14,3% da renda nacional, revela pesquisa da Universidade de São Paulo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD, 2018) indica que 17,1% das mulheres negras tinham ensino superior completo, comparado com 36,1% das mulheres brancas.

As condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem são determinantes para a expectativa de vida, taxa de mortalidade materna e diversos indicadores da Saúde. Raça é, ainda, um forte determinante social da Saúde no Brasil. As equipes de Enfermagem estão duplamente expostas ao racismo, enquanto trabalhadores e cidadãos.

A inequidade já começa no pré-natal, com número reduzido de consultas. O Brasil tem uma razão de mortalidade materna (RMM) de 64 mortes por 100 mil nascidos vivos, com maior risco de mortes evitáveis das mulheres negras. A expectativa de vida é menor entre os negros e as condições de envelhecimento também são desiguais.

Denuncie o racismo –  Profissionais vítimas de discriminação social e racial podem denunciar os crimes nos respectivos Conselhos Regionais de Enfermagem, sem prejuízo das ações criminais e cíveis cabíveis. Situações como recusa de atendimento e injúrias raciais são muito mais do que um mero contratempo. São expressões de delitos tipificados no Código Penal. É um compromisso dos Conselhos de Enfermagem receber, fiscalizar e tomar todas as medidas cabíveis em relação às denúncias.

Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha – A data foi instituída durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. É um momento de reflexão e resistência às vulnerabilidades das mulheres negras, que enfrentam desigualdades educacionais, salariais e de violência. No Brasil, desde 2014, a data homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola do século XVIII. A “Rainha Tereza” é um importante símbolo contra a escravização, racismo e a luta da mulher negra.

“Viva a Enfermagem preta pela sua disposição e garra na luta antirracista, fortemente presente no âmbito institucional. Vamos calar o racismo com a voz da Enfermagem”, reitera Ellen Peres.

Fonte: Ascom/Cofen

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