Dia Nacional de Lutas em Defesa da Vida destaca sobrecarga da Enfermagem

Prevenção ao suicídio entre profissionais de Enfermagem foi o foco da ação, idealizada pelo Movimento de Ativistas de Enfermagem (MAE BRASIL), com atos em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Sergipe

28.01.2019

Em Belo Horizonte, profissionais se reuniram na Lagoa Paulino, às 9 horas

Profissionais de Enfermagem de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Sergipe realizaram, neste domingo (27/1), atos públicos em defesa da Saúde Mental, destacando a sobrecarga imposta aos profissionais que lidam diretamente com o cuidado. Com o lema “Suicídio na Enfermagem não”, Dia Nacional de Lutas em Defesa da Vida foi idealizado pelo Movimento de Ativistas de Enfermagem (MAE Brasil) e teve apoio do Conselho Federal de Enfermagem

“Alguns pontos devem ser observados para procurar auxílio, entre eles a dificuldade em lidar com o outro, cansaço exagerado, pensamentos autodestrutivos, tristeza e ansiedade que atrapalhe outras atividades. Não é preciso esperar essas características, uma vez que priorizamos a prevenção, mas elas também podem ser observadas”, afirmou Jefferson Caproni, conselheiro do Coren-SP, integrante da Comissão Nacional de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem (Conatenf/Cofen) e um dos organizadores nacionais da ação.

A ação foi motivada pelos casos recentes de suicídio entre os profissionais de Enfermagem, explicou Caproni. “O suicídio é multifatorial, mas é inegável que o estresse em local de trabalho, as agressões e a sobrecarga gerada pela jornada excessiva estão relacionados ao adoecimento do profissional. Esta luta também é política”, afirmou. Entre as pautas do ato, estão a regulamentação da jornada em 30h semanais e o descanso digno durante os plantões.

Cuidar de quem cuida – Na linha de frente do atendimento, os profissionais de Enfermagem enfrentam situações de violência física, verbal e psicológica. Apenas 29% dos profissionais de Enfermagem se sentem seguros em seus ambientes de trabalho, segundo dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil (Cofen/Fiocruz – 2015). A pesquisa revela que 19,7% já sofreram violência no ambiente de trabalho, sendo: 66,5% violência psicológica, 26,3% verbal e 15,6% violência física.

O Cofen recomenda que caso de violência contra profissionais de Enfermagem, em ambiente de trabalho, sejam notificados também ao respectivo conselho regional, para que seja prestado apoio. Em 2018, o Cofen lançou campanha e manifesto sobre saúde mental, “Um gesto de cuidado“. A violência em ambiente de trabalho também foi tema de ações digitais, como a #RespeitoNaVeia, que alertava sobre a questão da violência em local de trabalho.

No Congresso, o Cofen apoia o PL do Descanso Digno e a regulamentação da jornada de trabalho, por reconhecer que jornadas exaustivas estão associadas ao aumento de ocorrências adversas e afetam diretamente a Saúde e qualidade de vida do profissional.

 

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