Diagnóstico precoce é fundamental para erradicação da hanseníase

Entenda o papel da Enfermagem no enfrentamento da doença. Brasil é o segundo país em prevalência de hanseníase, atrás apenas da Índia,

23.01.2025

A importância do diagnóstico precoce é tema deste Dia Mundial de Enfrentamento da Hanseníase. Celebrada no último domingo de janeiro (26/1), a data combate estigmas e reforça a luta pela erradicação da doença, historicamente negligenciada. O Brasil é o segundo país em prevalência de hanseníase, atrás apenas da Índia, e responde por 9 em cada 10 casos da doença nas Américas. 

A hansenísase integra o Programa Brasil Saudável, que busca eliminar doenças que afetam mais ou somente pessoas em áreas de maior vulnerabilidade social. O teste rápido para a detecção de hanseníase está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser aplicado pela equipe de Enfermagem. Os profissionais de nível médio – técnicos e auxiliares de Enfermagem – também estão habilitados para executar os testes, sob supervisão de enfermeiros.

 Marcada por forte estigma, a hanseníase deixa de ser transmissível com o manejo adequado. O tratamento é gratuito e deve ser iniciado imediatamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), não sendo necessária internação. O mycobacterium leprae, que causa a doença, é transmitido por gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com pessoas que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da doença. Todas as pessoas que convivem ou conviveram com o paciente diagnosticado devem ser examinadas.

“A Enfermagem representa mais da metade das equipes de Saúde e tem papel fundamental na vigilância epidemiológica da hanseníase, inclusive na realização dos testes rápidos, que permitem um tratamento mais célere”, afirma o conselheiro federal Vencelau Pantoja, autor de parecer sobre o tema. “É fundamental, também, um acolhimento humanizado do paciente, que garanta o direito ao sigilo, promova a adesão ao tratamento e ajude a desconstruir estigmas”, reforça.

Vacina

A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) lidera o primeiro teste clínico de uma vacina para hanseníase no Brasil. O projeto da LepVax é financiado pela entidade filantrópica American Leprosy Missions (ALM). O estudo no Brasil também tem financiamento do Ministério da Saúde e do fundo japonês Global Health Innovative Technology Fund (GHIT Fund).

A vacina BCG não é específica para a hanseníase, mas estudos demonstram um efeito protetor contra a doença, reduzindo a morbidade e possibilitando manifestações clínicas mais brandas em caso de doença.

Pacientes têm direito ao sigilo 

 As pessoas vivendo com hanseníase, e outras doenças estigmatizadas — como o vírus HIV, tuberculose, hepatites crônicas — tem direito ao sigilo, assegurado pela lei 14289. O atendimento em serviços de saúde, públicos ou privados, deve ser organizado de forma a não permitir a identificação, pelo público em geral, da condição da pessoa que convive com uma dessas doenças. A medida é uma forma de evitar preconceito, constrangimento ou surgimento de outras barreiras sociais,

A divulgação sujeito a infrator a penalidades previstas na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), bem como às demais sanções administrativas, e obriga-o a indenizar a vítima por danos materiais e morais. As penas serão aplicadas em dobro quando a divulgação da informação sobre a condição da pessoa for praticada por agentes que, por força da sua profissão ou cargo, estão obrigados à preservação do sigilo ou quando ficar caracterizada como intencional e com o intuito de causar dano ou ofensa.

Conheça os sintomas da hanseníase

A hanseníase, antes conhecida como “lepra”, é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. São sinais e sintomas da doença: manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.

A transmissão se dá pelo contato próximo e prolongado com pessoas sem tratamento afetadas pela doença na sua forma multibacilar. Mas, partir do início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível. Em caso de hanseníase confirmada, as pessoas que moram na mesma casa devem ser examinadas e, se não apresentarem a doença, devem ser mantido acompanhamento periódico.

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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