Auxiliar de Enfermagem é homenageado após ser agredido por PM

O profissional foi agredido verbal e fisicamente depois que um preso custodiado fugiu do hospital Ernesto Simões

15.12.2015

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Sessão de Desagravo Público, realizado na Biblioteca Pública dos Barris

O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) realizou, na última sexta-feira (11/12), na Biblioteca Pública dos Barris, Sessão de Desagravo Público em favor do auxiliar de enfermagem Aias de Carvalho Velozo, agredido por policiais militares enquanto dava plantão no Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF). A denúncia, relatando agressão verbal e física, ameaças e exposição à situação de constrangimento, foi feita pela diretoria da unidade.

Segundo relatório elaborado pela conselheira Orlaneide Santos, após apuração do Departamento de Fiscalização do Coren-BA, o episódio ocorreu após um paciente, que estava em custódia da polícia, ter conseguido fugir do hospital durante um procedimento realizado pelo profissional. O auxiliar de enfermagem foi conduzido à delegacia, retornando ao HGESF com fortes dores no peito e com perturbação do estado emocional. “Sentimo-nos na obrigação de realizar este Ato de Desagravo por considerarmos que o fato atinge toda a enfermagem baiana, ainda mais no atual contexto de constantes ataques e desqualificação das categorias de enfermagem”, pontuou a presidente do Conselho, Maria Luísa de Castro Almeida. A presidente aproveitou para elogiar a postura da direção da unidade, por ter denunciado o ocorrido.

IMG_1894-1024x683O capitão da 4ª Companhia de Saúde da Polícia Militar Jarderson Abrão, presente à mesa durante a sessão, disse que já há um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) aberto contra os polícias e se desculpou dizendo: “Quero pedir perdão pelo ato covarde sofrido pelo senhor”.

Aias é servidor público estadual há 38 anos, sempre atuando na emergência do Ernesto Simões. A diretoria do hospital ressaltou no texto da denúncia que, ao longo dos anos dedicados ao hospital, o auxiliar trabalhou sempre com profissionalismo e ética. “Aías sempre foi um profissional respeitador, alegre, responsável. No posto que ele assume tudo acontece à contento”, declarou o enfermeiro Arnaldo Pedreira.

IMG_1907Emocionados, colegas do Ernesto Simões e familiares acompanharam o Desagravo. O auxiliar, que está prestes a se aposentar da profissão, agradeceu ao Coren pela iniciativa e pediu justiça. “Não esperava estar aqui em uma cerimônia como essa, com a presença de tantas pessoas. Estou muito emocionado, embora ainda não tenha superado o trauma sofrido. Espero que a justiça seja feita”.

Violência – Segundo dados da pesquisa Perfil da Enfermagem Brasileira, realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem e pela Fiocruz, 71% dos mais de 1.800.000 trabalhadores de enfermagem do país não se sentem protegidos no seu ambiente de trabalho e 47,2% se ressentem de um tratamento respeitoso e com cordialidade. Apenas 29% da equipe de enfermagem se sente protegida ao exercer suas funções, sendo que mais de 19,7% dos profissionais relataram já terem sofrido violência no ambiente de trabalho, o que representa mais 350 mil profissionais.

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