Em Audiência Pública, Sergipe repudia EaD em Enfermagem

Cofen e Conselhos Regionais vão realizar audiências públicas por todo o Brasil

19.02.2016

Estudantes sergipanos repudiam Enfermagem a Distância

Em Audiência Pública realizada nesta sexta-feira (19/2) na Assembleia de Legislativa, a sociedade sergipana debateu e repudiou o ensino a distância em Enfermagem. A audiência, proposta pela enfermeira e deputada estadual Goretti Reis (DEM) por solicitação do Coren-SE e do Cofen, encerrou-se com a aprovação de Carta Aberta em apoio ao Projeto de Lei 2891/2015, que proíbe a graduação de enfermeiros e formação de técnicos na modalidade EaD. Apresentado pelo deputado federal Orlando Silva (PC do B – SP), o projeto já recebeu parecer favorável da comissão de educação.

“Essas audiências públicas serão replicadas por todo o Brasil”, afirmou a vice-presidente do Cofen, Irene Ferreira, que anunciou a próxima audiência, em Rio Branco/AC. Em Aracaju, associações acadêmicas, sindicais, conselhos profissionais, órgão do judiciário, docentes e estudantes ressaltaram a importância da formação presencial. A posição só não foi unânime entre representantes de IES e cursos à distância.

A conselheira federal Dorisdaia Humerez, também avaliadora institucional do Inep/MEC, apresentou um panorama da EaD no Brasil. Sem laboratórios, biblioteca ou condições mínimas de apoio, a maioria dos polos não oferecem sequer condições para a prática de estágio supervisionado, obrigatórios conforme a Diretrizes Curriculares Nacionais para Enfermagem. A situação foi verificada in loco pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais na operação EaD, que visitou a 315 polos de apoio presencial dos cursos atendendo consulta do Ministério Público Federal.

Cofen pretende realizar audiências públicas por todo o Brasil

Segurança do Paciente – “Pitágoras dizia ‘Educai as crianças para não punir os homens‘. Fazendo um paralelo com a Enfermagem, a formação é fundamental, pois mesmo que a educação seja virtual, a punição [por eventuais erros] será real”, afirmou Irene Ferreira. Linha similar foi seguida nas falas do promotor Neuzi Soares, atuante na área da Saúde Coletiva, e do vice-presidente da OAB -SE, Inácio Krauss, preocupados com a qualidade da assistência e potenciais riscos à Saúde Coletiva. “Como enfermeira e professora, sou contrária à graduação por EaD. Falo isto com 30 anos de experiência no ensino superior”, afirmou a presidente do Coren-SE Maria Cláudia Tavares.

“Não faz sentido utilizar a EaD para as habilidades e competências que exigem contato humano”, afirmou a enfermeira e docente Ruth Menezes, lembrando que a modalidade EaD é admitida em algumas disciplinas do curso presencial, podendo chegar a 20% da carga horárias. Para o estudante Janaína Amarante, não se trata apenas de uma questão técnica, mas de formação humanística, compromissada com a Saúde Coletiva.

Saturação – As vagas presenciais existentes atendem e superam as demandas atuais. São 15o mil vagas presenciais em Enfermagem, distribuídas por todo o Brasil. Mais de 90% vagas oferecidas por EaD estão ociosas por falta de interessados. A pesquisa Perfil da Enfermagem (Cofen/Fiocruz) revela indícios de saturação do mercado de trabalho, com desemprego aberto na Enfermagem e achatamento salarial.

 

 

 

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